dc.description.abstract |
O presente estudo toma como objeto de pesquisa o livro Crer ou não crer: Uma conversa sem rodeios entre um historiador ateu e um padre católico, de Fábio de Melo e Leandro Karnal. Optou-se pela análise da metafunção experiencial e para desenvolver essa pesquisa, utilizamos Durazzo (2016), Fuzer e Cabral (2014), Gouveia (2009), Halliday (1960), Machado (2004), Orlandi (1987), entre outros. Este estudo teve como objetivo geral: investigar como o padre e o historiador constroem os discursos religioso e científico, através dos verbos achar e pensar. Já como objetivos específicos temos: verificar quais sujeitos sociais são representados no papel de Experienciador, apontar a natureza do conteúdo experienciado e verificar a existência de indutores que possam conduzir os sujeitos sociais às suas crenças. Trata-se de uma pesquisa descritiva, fundamentada no paradigma interpretativo, com base em revisão bibliográfica. Foram identificados três participantes na função de Experienciador: Leandro Karnal, Padre Fábio de Melo e Entidade Divina. No verbo achar, os conteúdos experienciados foram: (i) meditações sobre a existência; (ii) objetos, símbolos ou costumes religiosos; (iii) análise do eu/tu; (iv) religião; (v) referência a áreas do conhecimento e pensamento/pensadores; (vi) Deus e ações divinas; (vii) fé/fiéis; (viii) conteúdo bíblico e (ix) ateísmo. Já no verbo pensar, os mesmos temas foram recorrentes, exceto o ateísmo, sendo incluído o milagre. Observou-se ausência de indutores no verbo achar, enquanto pensar apresentou dez ocorrências, sendo uma utilizada por Karnal e as demais por Fábio de Melo, com base em experiências pessoais, religiosas e simbólicas. Portanto, Leandro Karnal constrói seu discurso científico como um diálogo cooperativo, que visa promover reflexões sobre temas relacionados à meditação sobre a existência, sem buscar afirmar verdades absolutas. Seu discurso apresenta uso discreto de indutores, recorrendo somente a um nome renomado, como Dostoiévski. Em contraste, Fábio de Melo, por meio do discurso religioso, foca na análise do eu/tu, promovendo autoconhecimento e compreensão mútua. Ele emprega diversos indutores, incluindo morte, fé, símbolos religiosos e outros, totalizando sete, com o objetivo de estimular a reflexão sobre temas profundos da condição humana. |
pt_BR |