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Inserido no contexto da sociedade de consumo contemporânea, o estudo parte da premissa de
que o marketing digital, por meio de estratégias como o tráfego pago, vem se tornando cada
vez mais presente e persuasivo na rotina dos usuários, influenciando comportamentos, desejos
e decisões de compra. O presente trabalho tem como objetivo analisar os sentimentos
despertados nos consumidores diante da exposição a anúncios pagos em redes sociais digitais.
A pesquisa utilizou uma abordagem qualitativa, com coleta de dados por meio de entrevistas
semiestruturadas com treze usuários ativos de redes sociais, com idades entre 21 e 28 anos,
diferentes graus de escolaridade e perfis ocupacionais diversos. As entrevistas permitiram
compreender as percepções subjetivas dos participantes diante da presença constante de
anúncios em plataformas como Instagram, TikTok e WhatsApp. Os dados foram organizados
em categorias temáticas, revelando uma variedade de sentimentos associados ao tráfego pago:
conforto e utilidade, quando o conteúdo é percebido como relevante; indiferença, quando o
anúncio é ignorado; e desconforto, irritação, invasão de privacidade, manipulação e
arrependimento, principalmente em casos de compras por impulso. Os relatos demonstram que,
embora a personalização possa gerar experiências positivas, ela também levanta preocupações
éticas, especialmente quando os usuários se sentem vigiados ou pressionados a consumir. Além
disso, os entrevistados demonstraram consciência crítica sobre o conteúdo dos anúncios e sua
influência emocional, revelando um público cada vez mais atento às estratégias de marketing
utilizadas. Os dados obtidos na pesquisa levam a concluir que o tráfego pago exerce influência
significativa sobre o comportamento e os sentimentos dos consumidores, despertando reações
que variam entre conforto, utilidade, invasão e arrependimento. Tais evidências reforçam a
necessidade de que as marcas adotem uma postura ética, transparente e empática, buscando
estratégias de personalização que respeitem os limites da privacidade e promovam experiências
mais positivas nas redes sociais. O estudo contribui para a reflexão sobre os limites entre
personalização, privacidade e manipulação, e aponta a necessidade de práticas publicitárias
mais equilibradas no ambiente digital contemporâneo. |
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