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Introdução: Os acidentes ofídicos são um importante problema de saúde pública, com grande
potencial de letalidade, principalmente associado às alterações hemostáticas causadas por
proteínas do veneno das serpentes. Estudos acerca do tema são escassos no Brasil e
principalmente no estado Paraíba. O presente trabalho foi realizado no Hospital de
Emergência e Trauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes do município de Campina Grande,
Paraíba, com o objetivo de avaliar a incoagulabilidade sanguínea em indivíduos envenenados
por serpentes peçonhentas no período de maio de 2012 a junho de 2013. Material e
métodos: Os pacientes, que participaram do estudo, submeteram-se a três coletas de sangues
distribuídas da seguinte forma: antes da soroterapia, 12 e 24 horas após o início da
soroterapia. O sangue dos pacientes foi avaliado através do Tempo de Protrombina (TP) e do
Tempo de Tromboplastina Parcialmente ativada (TTPa) através de um coagulômetro.
Resultados: Foram analisados 29 acidentes ofídicos, sendo 72,41% do sexo masculino e
27,58% do sexo feminino, onde 86% dos acidentes foram causados por serpentes do
gênero Bothrops, 10% pelo Crotalus, e 4% do gênero Micrurus. De acordo com os resultados
apenas 18% dos pacientes picados por serpentes do gênero Bothrops apresentavam o TP
normal e somente estavam com 12% com o TTPa normal, ou seja, os pacientes apresentavam
deficiência em alguns fatores de coagulação antes da soroterapia. Nos pacientes picados por
serpentes do gênero Crotalus o TP e o TTPa estava normal em 33,33% e 66,66%,
respectivamente, o que pode representar um alto consumo de FV e ou de fibrinogênio , isto
também antes do soroterapia. Já os pacientes picados por serpentes do gênero Micrurus não
apresentaram nenhuma alteração no sistema de coagulação sanguínea, ou seja, em 100 os
resultados foram normais. Conclusão: As alterações hemostáticas e o potencial de
hemorragia são características laboratorialmente documentáveis nos acidentes ofídicos. Nesse
sentido o acompanhamento laboratorial seriado torna-se importante ferramenta na avaliação
da eficácia terapêutica, demonstrada pela normalização dos valores de TP e TTPa após
soroterapia, e de definição prognóstica, na prevenção de possíveis complicações hemostáticas. |
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