Resumo:
A qualidade de vida e a saúde mental do trabalhador têm sido destacadas como
objeto de investigações crescentes na literatura (ALMALDI, FITZGERALD, CLARK,
2012; MASCARENHAS, PRADO, FERNANDES, 2013; PHILLIPS et. al., 2012;
TZENG et al., 2012). Essas associadas a relatos de afastamentos ou licenças médicas
com um número elevado e a quadros de estresse crônico ou transtornos emocionais
como depressão e ansiedade, vinculados às atividades laborais, nos seus mais diversos
segmentos.
Em continuidade ao levantamento sobre a prevalência e fatores de risco
associados à Síndrome de Burnout, busca-se uma análise mais precisa sobre as variáveis
positivas e negativas apontadas por médicos pediatras e odontopediatras.
Sabe-se que nos indivíduos submetidos ao estresse em grande intensidade e
duração, quando não existe uma capacidade adaptativa suficiente para lidar com as
pressões, ocorrem sentimentos como frustração, esgotamento de energias, desmotivação
e perda de identidade. Esses têm sido associados a resultados negativos no desempenho
laboral, a problemas de saúde física e mental, à ausência de auto relato de doenças, à
intenção de deixar o emprego e até mesmo à ideação suicida (BLOM et al., 2012).
Ao longo da história, trabalhadores da área da saúde têm representado um dos
grupos mais vulneráveis quanto à saúde mental no trabalho, pelo relacionamento
frequente e intenso com outras pessoas necessitadas de assistência e devido ao seu papel
no contexto do bem-estar dessas (van WYK; PILLAY-VAN, 2010). Em acréscimo, vem
sofrendo modificações no seu meio ou mercado de trabalho. A manutenção do status
aliada a uma maior dedicação ou qualificação, a longas jornadas de trabalho e a
condições adversas, a mais de um vínculo empregatício, à sobrecarga e ao cansaço
(ROSSI; PERREWÉ; SAUTER, 2010).
No exercício de atividades ou funções correlatas à assistência em saúde
direcionada a crianças e adolescentes, de forma particular, os indivíduos convivem com
sentimentos díspares: cansaço, esgotamento, angústia e revolta pela sobrecarga e
limitações dos recursos ou remuneração insuficiente pelo esforço empregado,
permeados pela satisfação de gostar do que fazem (vínculo afetivo com o trabalho) e
reconhecimento da própria utilidade (FELICIANO; KOWACS; VANICK, 2005). Considerando-se o que foi relatado previamente, somado a uma tendência
mundial de redução no número de profissionais vinculados à saúde da criança e do
adolescente constatada na última década e às lacunas de informação na literatura sobre o
tema, justificou-se o desenvolvimento do trabalho presente. Este, com a perguntacondutora
(problema)
seguinte:
-
Como
se
encontra
a
qualidade
de
vida
no
trabalho
de
médicos
pediatras
e odontopediatras?
Descrição:
MACHADO, B. M. Trabalho e qualidade de vida: uma abordagem com pediatras e odontopediatras em uma cidade do nordeste do Brasil.
2013. 24f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Odontologia)- Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2013.