Resumo:
O Aedes aegypti e o A. albopictus são importantes vetores de arboviroses, como a dengue e a
febre amarela no Brasil e no mundo. O A. aegypti é um inseto adaptado a ambientes urbanos
e apresenta um alto grau de antropofilia, já o A. albopictus é encontrado mais facilmente em
ambiente silvestre e tem preferencias alimentares pelo sangue de mamíferos. Ambos
apresentam ampla distribuição geográfica e geralmente compartilham o mesmo nicho
ecológico. Neste trabalho objetivou-se comparar o ciclo de vida das duas espécies em
condições de laboratórios. As populações estudadas foram obtidas em coletas nos
municípios de João Pessoa e Campina Grande (PB) respectivamente. Para o estudo da fase
larval foram utilizadas 100 larvas de cada espécie, distribuídas em dez copos de polietileno
com água destilada, sendo alimentadas diariamente com 0,04 g de ração para peixe. As pupas
foram sexadas com base no tamanho, sendo as maiores fêmeas e os menores machos. Após a
sexagem, foram colocadas em recipientes plásticos dentro de gaiolas para o acompanhamento
da fase adulta. Foram postos dez casais de A. aegypti e dez de A. albopictus por gaiola,
totalizando cinco gaiolas para cada espécie, e mantidos em sala à temperatura de 26°± 2 C, e
fotoperíodo de 12 h. Para o repasto sanguíneo das fêmeas foi oferecido codornas e para os
machos solução açucarada de mel diluído em água a 10%. Foram construídas tabelas de vida
e fertilidade para as duas espécies e estas variações foram submetidas ao teste t-student para
amostras independentes. Os resultados apontaram diferenças significativas no
desenvolvimento das duas espécies. O ciclo de vida de A. albopictus quanto à postura diária e
viabilidade foram 38,65±7,52 e 44,03%,e para A. aegypti foi de 99,52±12,12 e 76,43%
respectivamente. Durante a fase aquática, as larvas de A. albopictus apresentaram período de
desenvolvimento de aproximadamente 5,36 e as pupas de 3,42 dias. Já para A. aegypti foi de
5,98 para larva e 4,24±0,60 para pupa. A população de A. aegypti mostrou-se mais longeva
que A. albopictus apresentando em média 31 dias de vida para machos e 29 dias para as
fêmeas. A espécie A. aegypti também apresentou maior fertilidade, com uma capacidade de
aumento de 128,34 vezes em cada geração, diferindo significativamente em relação à A.
Albopictus com capacidade de 33,97. A taxa intrínseca de crescimento natural para A.
albopictus foi de 0,8394 e a do A. aegypti foi de 0,8516. A razão finita de aumento (λ) foi de
2,3433 para A. aegypti e para A. albopictus 2,3149. Com base nas médias estudadas observase
que A. aegypti apresenta-se mais adaptado a metodologia de criação em laboratório e
apresenta uma maior potencialidade de infestação, reprodução e sobrevivência que A.
albopictus.
Descrição:
SOUZA, D. L. de.
Biologia comparada de Aedes (Stegomyia) aegypti
(Linnaeus, 1762) e Aedes (Stegomyia) albopictus (Skuse,
1894) (Diptera: Culicidae) em condições de laboratório. 2012. 34f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Ciências Biológicas)- Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2012.