Resumo:
A diversidade de répteis no mundo é extensa e boa parte é utilizada por humanos para
diversas finalidades. Muitas espécies são comercializadas como pets, que se traduz em uma
potencial pressão para as populações das espécies mais exploradas. Diante deste cenário a presente
revisão tem como objetivo analisar o uso de repteis como animais de estimação e suas implicações
para conservação. As informações foram coletadas a partir da análise de artigos publicados, livros,
teses, dissertações e relatórios, disponíveis em bases de dados nacionais e internacionais online que
abordassem o uso da herpetofauna relacionada ao comércio legal e ilegal. Adicionalmente, foram
consultados sites de venda de animais de estimação. Os resultados mostraram que pelo menos 537
espécies de répteis, distribuídas em 36 famílias são utilizadas e envolvidas em uma rede de
comercialização de animais de estimação, destinados tanto para as diferentes regiões do Brasil,
como para o comércio e exterior. As famílias mais frequentemente reportadas foram Iguanidae (21
estudos), Emydidae (20 estudos), Testudinidae (19 estudos) e Boidae (16 estudos). Por outro lado,
as famílias mais representativas em termos de espécies mencionadas foram: Gekkonidae (73 spp.),
Colubridae (68 spp.), Agamidae (41 spp.), Chamaeleonidae (38 spp.) e Boidae (35 spp.). Das
espécies registradas nesta revisão, 94 espécies estão em risco de extinção, de acordo com a IUCN;
e 162 constam na CITES. Constatou-se que o comércio da herpetofauna pode exercer grande
pressão sobre as espécies de repteis, fazendo-se necessários estudos posteriores que abordem essa
temática para possível elaboração de medidas adequadas para conservação da herpetofauna,
englobando aspectos ecológicos e culturais.
Descrição:
ARAÚJO, B. M. C. de A. Utilização de répteis como animais de estimação: implicações conservacionistas. 2014. 92f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Ciências Biológicas)- Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2014.