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A atual configuração educacional apresenta-se precarizada, tendo em vista que alguns padrões sociais desfavorecem grande parcela da sociedade, privilegiando apenas uma parte dela, a elite, e desfavorecendo as camadas mais abastadas. Considerando esta problemática, torna-se perceptível as lacunas existentes no campo educacional, que, em geral, decorrem de um sistema educacional seletivo, excludente e elitista. No que diz respeito ao ensino da literatura, os conteúdos didáticos não estão separados desta totalidade educacional. É perceptível que a seleção dos conteúdos atribui status a alguns gêneros literários, enquanto subalterniza outros, como é o caso do gênero literário cordel. Nesta perspectiva, a presente pesquisa tem como objetivo promover uma reflexão sobre a exclusão do gênero cordel, bem como objetiva resgatar o cordel para o ensino oficial da literatura. Desta sorte, o nosso estudo, baseia-se em um arcabouço teórico, bem como empírico que defendem a inclusão do gênero no cronograma escolar como uma ferramenta educativa influenciadora no processo de formação de leitores. Desta forma, como será demonstrada a inclusão do cordel nas escolas ocasiona a aproximação do alunado na direção de sua realidade, de sua memória, uma vez que a literatura de cordel busca em sua maioria retratar o Nordeste de maneira mais real. A discussão sobre o cordel nos leva ao problema da desvalorização da cultura popular tratada pelo discurso hegemônico institucional como um “não saber”. É importante pontuar que o ensino da literatura como disciplina escolar tem sido revisto permanentemente por teóricos como Brasil (1998), Freire (1988), Kleiman (2001), Lajolo (2002), e no tocante à Literatura Popular, a qual é objeto deste estudo, tem sido debatida assiduamente por teóricos como: Ayala (2003), Pinheiro e Marinho (2012) dentre outros. Guardando as particularidades dos interesses, esses teóricos, além de revisitar o problema do cânone literário, reivindicam uma programática pedagógica que ultrapasse o ensino opaco e mecânico da literatura, sugerindo, assim, abordagens diferenciadas que permitam uma relação mais dinâmica entre o texto e o leitor-aluno. Para realização desta pesquisa foi feito um estudo bibliográfico, o qual foi respaldado pelos teóricos citados anteriormente, e um estudo de campo que contemplou observação e intervenção em uma sala de aula do 3º ano do ensino médio. Logo, busca-se promover uma discussão sobre o estigma negativo que recai sobre a cultura popular, de modo a propor uma abordagem que contemple o meio social do aluno, fazendo valer a sua identidade e diversidade. |
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