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O presente trabalho reflete acerca da presença do fantástico no conto “A máquina extraviada” (1967), de José J. Veiga, atentando para os elementos que determinam o estranhamento no leitor, a partir do comportamento inusitado dos moradores de um vilarejo diante de uma máquina inoperante que surge na frente da prefeitura da pequena cidade, cuja funcionalidade não se tem conhecimento. Na obra, a máquina simboliza o impacto da tecnologia naquele ambiente, pois há um conflito de culturas: a do universo interiorano que se deixa influenciar pela cultura do novo representada pelo progresso. Dessa forma, a estranha máquina torna-se objeto de adoração e até milagres lhe são atribuídos; o artefato muda as conversas e os hábitos da cidadezinha, de modo que tudo o que acontece de importante é festejado aos pés da máquina. Na referida narrativa construída numa atmosfera fantasiosa e absurda, encontramos uma linguagem simples, irônica e metafórica ao mesmo tempo em que reflete, essencialmente, sobre o contexto histórico da década de 60 que foi marcada por diversas transformações políticas, econômicas e sociais. Nesse sentido, evidenciamos como é instaurada a esfera fantástica no conto supracitado; assim, destacamos como aspectos relevantes a curiosidade, o suspense e a hesitação do leitor diante dos acontecimentos estranhos que conduzem o enredo. Para refletirmos sobre esses aspectos, realizamos uma pesquisa de cunho bibliográfico na qual buscamos respaldo nas ponderações de Rodrigues (1988),Todorov (2007), entre outros. |
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