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O presente trabalho tem como objetivo analisar, a partir da fala dos principais personagens, relações de poder que se estabelecem na obra teatral “Gota D’Água” (1975), de Chico Buarque e Paulo Pontes. Nesse sentido, pretende-se compreender como o poder se exerce através do discurso, levando o indivíduo à manipulação e a formação de subjetividade. Escrita no âmbito da ditadura militar, período de grandes conflitos político-sociais, a obra reflete como o autoritarismo e a manipulação por meio do discurso estavam presentes, assim como a opressão da burguesia para com a classe oprimida. Na peça a personagem Creonte Vasconcelos, proprietário de um conjunto habitacional, simboliza o governo opressor, fazendo uso de um discurso ideológico e manipulador a fim de explorar economicamente a comunidade periférica localizada no subúrbio carioca denominada “Vila do Meio Dia”, onde se coloca como representante da população ao mesmo tempo em que tenta enriquecer cada vez mais à custa dela por meio do valor abusivo das parcelas dos imóveis. A obra faz uma crítica ao sistema capitalista onde os homens são facilmente corrompidos. Desse modo buscou-se refletir como a ideologia se manifesta através do discurso. Para isso foram levadas em consideração principalmente as reflexões teóricas do filósofo francês Michel Foucault (2006) e (2008), Eni Orlandi (2000), Brandão (2004), Navarro-Barbosa e Sargentini (2004) e Marcondes e Barros (2004). |
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