Resumo:
Introdução: Para ajudar a refinar a classificação do câncer de mama (CM), marcadores
moleculares têm sido usados nos últimos anos. Os principais marcadores são os receptores
hormonais: receptor de estrogênio (ER), receptor de progesterona (PR) e o receptor de
crescimento epidérmico humano 2 (HER2). Objetivo: O presente trabalho objetivou fazer
uma pesquisa epidemiológica de incidência dos subtipos moleculares de CM invasivo nos
pacientes da Fundação Assistencial da Paraíba (FAP), verificando a relação dos subtipos
moleculares com os parâmetros clínicos dos tumores e perfil do paciente, para que se possa
caracterizar o perfil da incidência dos subtipos de CM em Campina Grande, Paraíba, Brasil.
Materiais e métodos: Dados de 202 pacientes com diagnóstico confirmado de CM invasivo,
dos anos de 2005, 2006, 2007 e 2010, respectivamente, foram usados para classificação
molecular. Os prontuários foram obtidos diretamente do arquivo médico do Hospital. Os
seguintes dados foram coletados: Idade do paciente quando diagnosticado, Tamanho do
Tumor, Grau Histológico, status dos Nodos Linfáticos e Porcentagem das células tumorais
positivas para Ki-67. Os Relatórios patológicos foram utilizados para definir os subtipos
moleculares dos 202 prontuários de acordo com a seguinte combinação de marcadores:
Luminal A (RE+ e/ou RP+, HER2-), Luminal B (RE+ e/ou RP+, HER2+), Superexpressão
HER2 (RE-, RP- e HER2+) e triplo negativo (TN) (RE-, RP-, HER2-). Os dados foram
tabelados com o software Microsoft Excel 2010 e analisados estatisticamente com o software
GraphPad Prism Versão 6 (La Jolla, CA). O Qui-quadrado (≤2) e teste exato de Fisher foi
aplicado para comparar as variáveis categóricas de idade e as características do tumor. Para as
variáveis contínuas, Teste T de Student e Análise de Variância (one-way ANOVA).
Resultados: 42,08 %, 28,71%, 13,86% e 15,35 % foram classificados como Luminal A,
Luminal B, HER2+ e TN, respectivamente. O número de mulheres que realizaram testes de
Imunohistoquímica aumentou de 26,09% para 51,61% e a média de idade dos pacientes
diagnosticados diminuiu de 58,34 anos em 2005 para 54,20 anos em 2010. Não houve
diferença significativa do grau histológico e status dos linfonodos afetados e a diferença de
tamanho do tumor foi pouco significativa (p = 0,0401). Discussão e conclusão: A faixa etária
acima de 60 anos teve a maioria dos casos de CM, com elevada frequência de tumores do
subtipo TN (45,16%). Essa alta incidência do TN na faixa etária mais elevada foi uma
característica epidemiológica encontrada pelo presente estudo que diverge de toda literatura
disponível até o momento, pois em nenhuma outra região se registrou tão alta incidência desse
subtipo molecular relacionada a idosos. Esse dado deve ser usado como base para futuras
ações preventivas nas populações de idosos no Nordeste Brasileiro.
Descrição:
SOUSA, C. M. de. Estudo epidemiológico da incidência dos subtipos moleculares
do câncer de mama no hospital da Fundação Assistencial da Paraíba – FAP, em Campina Grande, Paraíba. 2014. 27f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Ciências Biológicas)- Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2014.