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O presente trabalho, de caráter bibliográfico, tem como objetivo discutir o devaneio da personagem Ana no conto Amor de Clarice Lispector, atentando para a autoconsciência da personagem de questionar o papel da mulher diante da sociedade, bem como a fuga do aprisionamento doméstico. Ao sair de casa, espaço interno para a rua, espaço externo, Ana descobre, por meio de quimera, outras realidades, outras pessoas e um mundo diferente do seu. As autorreflexões afastam a personagem de suas responsabilidades de mãe, esposa e dona de casa e a coloca diante dos mais íntimos desejos de vida, visto que há um mundo lá fora de descobertas e possibilidades. O embasamento teórico que orientou esta pesquisa tem em Bachelard (2009), Bourdieu (2001), Beauvoir (2009), Helena (1997), Zolin (2009), as principais referências. O resultado destas discussões aponta que, apesar de inúmeras conquistas ao longo do tempo, ainda falta muito para que a mulher tenha a igualdade de direito respeitada, seja na questão salarial, seja na divisão de tarefas dentro do matrimônio ou em qualquer outro espaço, pois a mulher é vista, muitas vezes, como aquela que deve cuidar da casa, educar os filhos e cuidar do marido, independentemente de trabalhar fora de casa ou não. Espera-se que este trabalho possa ampliar as discussões acadêmicas no sentido de suscitar outras reflexões acerca da submissão feminina, historicamente formulada, ao longo dos séculos. |
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