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A gestação é um momento em que o organismo materno passa por diversas alterações
sistêmicas visando atender as demandas metabólicas aumentadas do período gestacional, uma vez que, o feto depende inteiramente da mãe para ter um crescimento e desenvolvimento saudáveis. Neste âmbito, o sistema respiratório é alvo de adaptações significativas, caracterizadas, sobretudo, pela redução dos volumes de reserva pulmonar e pelo aumento do volume minuto, que surge de forma compensatória e necessária para aumentar a ventilação alveolar. No entanto, durante o trabalho de parto a hiperventilação tende a ser o mecanismo ventilatório preferencialmente adotado pelas parturientes, o que está relacionado com os elevados níveis de progesterona circulante. Os efeitos da hiperventilação neste momento para o organismo materno e para o intercâmbio materno fetal, não são os mais benéficos, uma vez que a alcalose materna pode acarretar redução do fluxo sanguíneo para o feto, podendo haver a instalação de um quadro de sofrimento fetal agudo. Deste modo, este trabalho tem por objetivo avaliar a influência da ventilação materna na vitalidade fetal durante o trabalho de parto, através da cardiotocografia, exame que tem por base os registros da freqüência cardíaca fetal e de seus movimentos, assim como das contrações uterinas maternas. A metodologia aplicada caracterizou-se pela instalação de uma ventilação materna controlada, com instalação e manutenção de uma respiração ao nível do volume corrente durante 20 minutos, no trabalho de parto, ao mesmo tempo em que a parturiente e o feto eram monitorizados pelo cardiotocógrafo. Os resultados obtidos foram compatíveis com estabilidade hemodinâmica materna durante controle ventilatório, verificada através dos seus parâmetros vitais, freqüência respiratória, freqüência cardíaca, pressão arterial e saturação de oxigênio e preservação da vitalidade fetal durante toda a intervenção, a partir dos dados da cardiotocografia. No que se refere a cardiotocografia ocorreram acelerações transitórias porém, foram periódicas e não ultrapassaram os valores de FCF entre 120 e 160 bpm, indicando a boa oxigenação fetal. Portanto, é possível que a intervenção da fisioterapia, baseada no controle ventilatório materno, possa ter contribuído para favorecer a ausência das desacelerações e minimizar os efeitos deletérios das acelerações transitórias, mantendo o feto adequadamente oxigenado. |
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