Perfil cognitivo de portadores de Doença de Parkinson submetidos a tratamento farmacológico atendidos nas Unidades Básicas de Saúde da Família de Campina Grande – PB

Abstract

Introdução: A Doença de Parkinson (DP) é uma patologia neurodegenerativa crônica, e tem como características clínicas o tremor, rigidez, bradicinesia, e o complicações secundárias com o comprometimento mental/emocional, social e econômico, desordens cognitivas. Objetivo: avaliar o perfil cognitivo, e a influência do tratamento farmacológico em portadores de DP inseridos nas Unidades Básicas de Saúde da Famìlia no município de Campina Grande – PB. Metodologia: Este estudo tem caráter transversal, exploratório, descritivo e analítico, com abordagem quantitativa. Realizado com 42 pacientes assistidos pelas Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSF). Os instrumentos utilizados foram o Protocolo de Avaliação Neurológica para caracterização sociodemográfica, Escala de Estágios de Incapacidade de Hoehn e Yahr, a Escala Unificada de Avaliação da Doença de Parkinson (UPDRS), e a Scales for Outcomes in Parkinson´s Disease-Cognition (SCOPACOG.

Os dados foram analisados através do programa SPSS versão 19,0, sendo os valores expressos em percentual, média, desvio padrão da média, considerando-se significantes valores de p<0,05. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UEPB, sob nº 0709.0.133.000-11. Resultados: A amostra apresentou idade média de 70,2±9,2 anos. Tiveram um tempo de doença de 7,8±5,0, escolaridade 6,0±4,7. No escore total da Hoen Yahr e UPDRS os indivíduos apresentaram valores de 2,3±1,0 e 51,1±21,6 respectivamente, indicando diminuição da capacidade funcional e qualidade de vida. Na análise cognitiva verificou-se valores de 12,2±8,4 no escore total de SCOPA-COG, e nos domínios teve escores diminuídos, principalmente na Memória com 0,0±0,1, o que sugere declínio cognitivo. Através de teste de associação percebeu-se que a Idade (r= 0,4; p=0,008) e escolaridade (r= -0,4; p=0,008) influenciam negativamente o perfil cognitivo. A análise do esquema medicamentoso sobre o delineamento cognitivo evidenciou diferença estatística para o domínio Visuoespacial com p≤0,01, indicando que os fármacos em associação produzem maiores efeitos positivos sobre a cognição. Através de análise comparativa foi percebido significância entre o tipo de medicação administrada e a função Visuoespacial com p≤ 0,01, indicando que os indivíduos que faziam uso de Anticolinérgicos, associados ou não a L-DOPA, tinham menos declínio cognitivo, que os que tomavam L-DOPA associado ou não a Agonistas da Dopamina. Conclusão: Pode-se traçar o perfil cognitivo dos portadores de DP inseridos nas Unidades Básicas de Saúde da Família, indicando haver declínio cognitivo nesta população, e sugerir que o perfil cognitivo dos portadores de DP pode ser influenciado pela idade, escolaridade, tempo de doença, e medicação.