Resumo:
Encontramos a figura feminina engendrada em várias representações,
classificada em várias possibilidades simbólicas e sociais, mas que ao
mesmo tempo se singulariza através de modelos impostos por vários
seguimentos sociais. Por isso, procuramos neste trabalho identificar um
arquétipo feminino: os dicursos sobre a mulher baiana representado pela
música e literatura, elementos que tomam como base para sua estrutura
conceitos e pré-conceitos sócio-culturais que cristalizam a imagem da mulher
baiana, tornando-a uma figura híbrida – baiana/mulata, possuídora de uma
"essência" que acompanharia toda mulher baiana; parte de uma identidade
cultural. Abordamos as possibilidades que permitiram a construção desta
baiana caricatural e as mais variadas formas e metáforas que desde o século
XIX, no Brasil,consolidaram o modelo trasformando-o em mito.Analisamos as
músicas de Dorival Caymmi, cantor e compositor baiano, às obras literárias
"O cortiço, de Aluisio Azevedo" e "Gabriela, cravo e canela" de Jorge Amado,
como também a imagem e personalidade de Carmem Miranda, tratando-os
como principais propagadores e participantes da constituição da baiana
como sedutora e arteira. Nossa proposta foi encontrar elementos que
reafirmam estas figuras como co-autores da baiana arquétipica que principiase
a partir do século XIX, dentro do imaginário social,segundo as nossas
pesquisas, e se cristaliza no século XX pertuando este gênero feminino emblemático alcançando os dias atuais como um mito esquematizado em
torno de um imaginário discursivo.
Descrição:
Cavalcante, E. M. O. S. O mito do imaginário coletivo: "O que é que a baiana tem?". 2014. 49f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em História) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2014.