Resumo:
Através da importância do uso da imagem enquanto documento em sala de aula,
percebemos que ao longo dos anos houve uma grande profusão nos livros didáticos.
Dessa forma destacamos que o seu uso infelizmente ainda assume um estatuto de
complemento do texto verbal ao mesmo passo que também é pouco discutido em sala,
servindo até muitas vezes para criar esteriótipos a exemplo das imagens que retratam o
Nordeste. Sendo assim, a importância desse trabalho deve-se ao fato de que a pintura de
Portinari considerada um ícone da pintura nacional se sustenta em alguns aspectos
considerados recorrentes quando ainda eterniza a imagem de um Nordeste seco,
estático, de famílias famintas, que não sofreu mudanças sociais ao longo dos anos, onde
a miséria e escassez são uma constante. Este trabalho tem como objetivo discutir o uso
da pintura e suas modalidades em sala de aula apontando alguns cuidados que o
professor deve ter ao utilizar tais fontes, bem como analisar o quadro Família de
Retirantes de Cândido Portinari e as representações que compõem o quadro
iconográfico. O tema abordado ainda justifica-se pelo fato de se “quebrar” a ideia de um
Nordeste pronto e acabado e pouco discutido na fase escolar. Para a construção desse
trabalho nos pautamos na discussão de alguns teóricos como Durval Muniz(2011) ao
tratar da construção imagético-discursivo de um Nordeste inventado e suas
ressonâncias, Roger Chartier(2002) ao discutir a imagem enquanto uma representação
cheia de significados, como também Selva Guimarães(2009), Circe Bittencourt(2009) e
Marcos Napolitano(2006) ao discutirem sobre o uso das novas linguagens em sala de
aula.
Descrição:
Silva, M. B. da. Lembranças de um flagelo: o nascimento da seca e a representação do nordeste na obra "Família de Retirantes" de Cândido Portinari. 2014. 50f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em História) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2014.