Resumo:
A literatura se constitui como reflexo das relações sociais, o que em parte permite encontrar na literatura perfis de mulheres, submetendo-se a caminhos difíceis e oprimidos em defesa de sua identidade e individualidade. Mia Couto apresenta na obra O fio das missangas, o universo das tradições culturais ancestrais e míticas de seu país, partindo da oralidade e por meio do emprego do fantástico, acusando um mundo estereotipado em que as questões de gênero não se sobrepõem às opções individuais e à dignidade humana. O objetivo deste trabalho é fazer uma breve revisão das principais correntes dos estudos feministas com a finalidade de analisar e avaliar a condição feminina nos contos “A saia almarrotada” e “Meia culpa: Meia própria culpa” presentes nessa obra do escritor Moçambicano buscando entender os contos como espaço de denúncia a condição inferior feminina em Moçambique, discutindo os reflexos histórico-sociais na representação da mulher historicamente silenciada. Considerando que Moçambique e outros países da África que vivenciam o pós-independência (re) constituem-se culturalmente a partir da tradição literária, busca-se compreender, por meio da observação das trajetórias de vida dessas mulheres narradas, como ocorre a representação do ser feminino nesse processo de (re)constituição. Como aporte para as discussões referente às identidades recorreu-se aos estudos de Stuart Hall (2005) e Bauman (2001); assim como para compreender as questões referentes a condição da mulher amparou-se nas discussões de Machado (2011); sobre os processos de exclusão buscou-se apoio Nascimento (2006); a respeito das concepções dos estudos literários Coutinho (1978), Silva (1982) e Thomas Bonnici (2005) para as teorias de uma literatura pós-colonialista, entre outros.
Descrição:
BORGES, A. K. L. Por um fio: identidade feminina nos contos a saia almarrotada e meia culpa: meia própria culpa de Mia Couto. 2014. 37f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Letras)- Universidade Estadual da Paraíba, Catolé do Rocha, 2014.