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Periodontite Refratária (PR) não é uma doença específica e sim um termo
reconhecido pela Academia Americana de Periodontia (AAP) para descrever
qualquer tipo de doença periodontal (DP) destrutiva em um paciente que, quando
monitorado longitudinalmente, apresenta perda de inserção adicional, apesar de ter
sido submetido a tratamento convencional considerado de padrão adequado. A meta
principal do tratamento da Periodontite Refratária é interromper, ou pelo menos
retardar a sua progressão, o que tem envolvido a utilização de antibioticoterapia
sistêmica junto à terapia mecânica convencional. No entanto, o uso de tais agentes
antimicrobianos é baseado em evidências científicas sólidas e se eles de fato
contribuem para um maior sucesso ainda não está claro. O objetivo do presente
trabalho, portanto, foi avaliar, por meio de uma revisão sistemática, a evidência de
que a associação da antibioticoterapia sistêmica ao tratamento mecânico
convencional aumenta a eficácia da terapia periodontal na resolução destes casos
refratários. Os artigos utilizados para análise foram obtidos a partir de pesquisas nas
bases eletrônicas Bireme (Cochrane –Central Register of Controlled Trials, Scielo,
BBO e Lilacs), e Medline - PubMed utilizando termos de busca em inglês e
português. Para chegar aos artigos que foram analisados na íntegra, estes foram
submetidos a uma triagem inicial baseada primeiro, no seu título e, em seguida, no
conteúdo do seu resumo, de acordo com critérios de inclusão e exclusão prédefinidos.
Apenas estudos clínicos de intervenção foram considerados. Uma
terceira e última triagem foi então realizada lendo-se os artigos remanescentes na
íntegra. A força da evidência científica produzidas por estes foi avaliada seguindo a
ferramenta para exame do “risco de vieses” do Cochrane Collaboration Group.
Todas as etapas de triagem foram realizadas de forma independente por dois
examinadores e o grau de concordância foi baseado no cálculo de Kappa, que teve
como resultado por título, resumo e triagem do artigo completo, respectivamente,
0,463 (concordância moderada), 0,859 (concordância quase perfeita) e 0,56
(concordância moderada). A concordância entre os 02 examinadores independentes
para o risco de viés nos estudos avaliados foi “perfeita”. Todos os estudos relataram
melhora nos parâmetros periodontais com o uso de antibioticoterapia sistêmica
suplementar. Redução adicional em profundidade (PD), perda de inserção clínica
(PIC) sondagem e sangramento à sondagem (SS) estavam entre os benefícios
identificados. Houve, no entanto, uma variação considerável no desenho do estudo,
no agente antibiótico utilizado e no nível de prova produzida. Entre os estudos
analisados, 01 apresenta um baixo risco de viés, 03 são de alto risco de viés e em
02 o risco não é claro. Portanto, embora os estudos analisados nesta revisão
relataram maior sucesso no tratamento da periodontite refratária com
antibioticoterapia sistêmica adjunta, a qualidade geral da prova produzida não
permite afirmar, de forma inequívocca, que há um benefício adicional. |
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