A atuação do psicólogo em abrigos de acolhimento institucional

Abstract

O número de crianças abandonadas e violentadas é um problema para o Estado desde o século XVII. Com o estabelecimento dos direitos da criança em 1990 após a promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente a função da família e do Estado no cuidado às crianças é repensada. O acolhimento institucional passa por mudanças significativas, tornando-se uma medida provisória e excepcional, tendo como finalidade a proteção de crianças e adolescentes quando estes sofrem violações de seus direitos e ocorre o rompimento de vínculos familiares. O psicólogo, integrante da equipe técnica dos abrigos institucionais, deve atender a demanda das crianças e de suas respectivas famílias, além de atuar junto aos cuidadores e educadores da instituição. Este estudo, através da revisão bibliográfica, tem o objetivo de analisar as publicações que fazem referência à atuação do psicólogo enquanto integrante da equipe técnica dos abrigos institucionais, relacionando essa prática com as Orientações Técnicas para os Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes. Percebe-se que os atendimentos individuais e em grupo, assim como capacitações e treinamentos para os cuidadores, estão presentes na prática dos psicólogos; outros modos de atuação, entretanto, como acompanhamento as famílias, elaboração do Plano Individual de Atendimento, encaminhamento de crianças e famílias a outros serviços da rede, participação nos processos jurídicos, elaboração de prontuários e relatórios, são timidamente desenvolvidos, talvez por constituírem modos de atuação recentes ao tradicional papel do psicólogo. É imprescindível que o psicólogo esteja constantemente refletindo sobre sua prática e reinventando modos de atuação diante das novas demandas.