Resumo:
O uso de plantas medicinais acompanhou o desenvolvimento da sociedade, onde populares
realizavam a produção de fitoterápicos afim de remediar/curar enfermidades. Visando
consolidar esta prática, o homem percebeu a necessidade de descobrir os constituintes
químicos presentes nas espécies vegetais e comprovar os efeitos farmacológicas
responsavéis pela atenuação e/ou cura das doenças. Nesse contexto, a espécie Varronia
globosa (Boraginaceae), popularmente conhecida como “Maria Preta”, se destaca por ser
utilizada pela população nordestina no alívio das dores reumáticas e cólicas mentruais.
Diante disso, este trabalho teve como objetivo realizar a caracterização fitoquímica e físico-
química do pó da planta, investigar a toxicidade aguda e avaliar a atividade anti-inflamatória
do Extrato Etanólico Bruto (EEB) do caule de Varronia globosa. Inicialmente, foi realizado
um screening fitoquímico qualitativo que sugeriu a presença de flavonoides, esteroides e
saponinas, além de um screening quantitativo para flavonoides cuja concentração foi de
10,55 mg/g. Foram determinadas as seguintes propriedades físico-químicas de acordo com a
Farmacopeia Brasileira 5ª edição: densidade, que apresentou o valor de 0,370 g/mL; índice
de Carr, uma forma indireta de medir a capacidade de compactação do pó, sendo este índice
no valor de 2; na distribuição granulométrica do pó, este foi moderadamente grosso; o teor
de cinzas totais na amostra do material botânico apresentou-se inferior a 14% e a perda por
dessecação ficou entre 8-14%. Com relação ao ensaio de toxicidade aguda, a dose única de
2000 mg/kg do extrato etanólico bruto do caule de Varronia globosa administrado por via
oral, não provocou alterações no Sistema Nervoso Central e Autônomo, no entanto,
promoveu aumento no consumo de ração pelos machos e induziu alterações discretas nos
pesos relativos dos órgãos coração e rins (sem mudanças macroscópicas) no grupo das
fêmeas, em comparação ao controle. Não foram registradas mortes o que impossibilitou a
determinação da Dose Letal 50 (DL
). Já no modelo in vivo de peritonite, o EEB reduziu
significativamente a migração leucocitária nas doses de 250 mg/kg 500 mg/kg, sendo, assim,
sugere um possível potencial anti-inflamatório. De acordo com os resultados obtidos,
concluímos que o EEB do caule de Varronia globosa apresenta baixa toxicidade nas
condições avaliadas e possui atividade anti-inflamatória no modelo realizado e que
acrescidos dos dados obtidos na análise fitoquímica, pode-se classificar o material botânico
como promissor para estudos mais detalhados, vislumbrando um possível fitoterápico.
Descrição:
REIS, M. M. L. dos. Avaliação fitoquímica e potencial farmacológico do extrato etanólico bruto do caule de Varronia globosa (BORAGINACEAE). 2014. 40f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Farmácia)- Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2014.