Resumo:
A atenção à pessoa com transtorno mental tem uma trajetória histórica permeada
pelo isolamento, segregação, exclusão e não reconhecimento do individuo enquanto
sujeito de direitos. Apesar dos avanços e conquistas alcançados pelo processo de
reforma psiquiátrica, ainda existem grandes lacunas no acesso e no modo como o
usuário é acolhido nos serviços, principalmente nos de atendimento às urgências.
No hospital geral, a lógica norteadora focaliza-se na doença, em detrimento da
análise do sujeito e de suas necessidades. Sendo assim, esse trabalho procurou
averiguar a atenção e o cuidado em saúde dispensados às pessoas atendidas na
unidade para tratar de problemas clínicos, porém são acometidas por algum
sofrimento psíquico. O estudo foi desenvolvido no Hospital Regional de Emergência
e Trauma de Campina Grande com 12 profissionais de diferentes categorias. Para
coleta de dados foram realizadas entrevistas semi-estruturadas, dividida em duas
partes; a primeira com a aplicação de um questionário sócio demográfico sobre os
profissionais e a segunda com as perguntas sobre a temática. Os dados coletados
foram posteriormente categorizados e analisados com base na análise de conteúdo
de Laurence Bardin. Foi identificada a dificuldade de conhecimento dos profissionais
sobre o assunto, bem como os resquícios de estigma e preconceito fundamentados
nas antigas concepções de loucura. Nesse sentido, alguns desafios precisam ser
sanados, buscando uma nova forma de acolhimento e atenção, respeitando as
limitações e direitos dos usuários e buscando a articulação com o restante da rede
de serviços, entre outros.
Descrição:
VALE, G. F.
A atenção psicossocial no Hospital de Trauma de Campina Grande: uma abordagem a partir da
prática profissional. 2011. 56f. Monografia (Especialização em Saúde Mental e Atenção
Psicossocial). Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2011.