O antes e o depois da lesão medular adquirida: depoimentos masculinos acerca da sexualidade

Abstract

Falar sobre sexualidade ou sobre o sexo sempre foi um tabu, um assunto frequentemente reprimido e gerador de insegurança e/ou medo. O sexo é inerente ao ser humano e através dele a vida é gerada. Se tratando da sexualidade de uma pessoa que sofreu uma lesão na medula espinhal, às restrições e anseios no tocante da sexualidade são maiores por, frequentemente, existir desinformação e preconceitos. Objetivando aprender as percepções da sexualidade masculina antes e depois da Lesão Medular Adquirida e também contribuir para assistência de enfermagem na orientação e reeducação sexual, este estudo investigou como os homens vítimas deste tipo de lesão reagem à abordagem de questões sobre a sexualidade. Trata-se de um estudo de caso múltiplo de abordagem qualitativa, classificado como exploratório e descritivo. Os sujeitos da pesquisa são cinco homens portadores de lesão medular adquirida (LMA), usuários da Clínica de Fisioterapia da Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande-PB. A coleta de dados foi realizada em quinze encontros agendados no período de cinquenta em um dias, nos quais se aplicou um questionário de informações sócio-demográficas e clínicas e uma entrevista semiestruturada. As entrevistas foram submetidas à análise de conteúdo temática e identificadas as sequintes categorias: 1º) Vivências da sexualidade ao longo da vida; 2º) Vivência da sexualidade após lesão medular; 3º) Relações entre o corpo, autoimagem e prazer; 4º) Os profissionais de saúde, a sexualidade da pessoa com lesão medular e a necessidade da reeducação. Foi observado que acerca do exercício da sexualidade ao longo da vida os colaboradores a consideram como normal e afirmam sentirem-se satisfeitos e/ ou ativos apesar das limitações resultantes da lesão medular e foram capazes de redescobrir e reinventar sua sexualidade. No tocante a relação corpo/autoimagem e prazer foram expressos sentimentos positivos e de extrema satisfação, mas também foram observados alguns pontos negativos e que incomodam o portador de LMA. Consideramos que em qualquer das situações os cuidadores profissionais podem e devem intervir de forma integral. E de acordo com os dados do estudo foi observada a extrema necessidade do aconselhamento e reeducação sexual com os portadores de LMA.