Resumo:
Introdução: As Infecções Sexualmente Transmissíveis vêm se tornando, um grave problema
de Saúde Pública, dentre as mais freqüentes, destaca-se a causada pelo Papiloma Vírus
Humano (HPV). Evidencia-se que o HPV é um fator necessário para o desenvolvimento de
lesões pré-neoplásicas e o câncer cervical, principalmente quando associado a outros fatores
de risco, como início precoce de atividade sexual, tabagismo, multiplicidade de parceiros,
além de outros fatores que aumentam a susceptibilidade à infecção pelo mesmo, e progressão
a lesões cervicais. Especialmente por ser uma infecção sexualmente transmissível e associada
ao desenvolvimento do câncer, quando as mulheres são diagnosticadas, vários sentimentos
negativos afloram no psicológico destas, sendo um importante fator a ser trabalhado durante o
tratamento. Objetivos: o estudo objetivou analisar a percepção das portadoras do HPV acerca
do vírus e sua relação com o câncer de colo uterino, identificar os sentimentos diante do
diagnóstico, verificar a incidência de NIC na amostra estudada, identificar os fatores de risco
que as tornam vulneráveis ao HPV e avaliar a freqüência de realização do Papanicolaou.
Metodologia: trata-se de uma pesquisa descritiva, exploratória com abordagem qualitativa.
Participaram da pesquisa 11 mulheres diagnosticadas com HPV na UBSF Raimundo Carneiro
no período de 2008 a 2010. A coleta de dados ocorreu no mês de maio de 2011, em duas
fases, a primeira procedeu-se com a identificação das portadoras do HPV no livro de registro
de citológicos e Aveians. A segunda ocorreu através da visita domiciliar à casa das usuárias
para realização de entrevistas por meio de um roteiro semi-estuturado. Após a transcrição das
entrevistas, os dados foram analisados qualitativamente, através da Análise Temática de
Bardin. Resultados e discussão: Os resultados mostram que apesar de haver algum
conhecimento das portadoras a cerca da temática, ainda são percebidos muitos conceitos
equivocados além do desenvolvimento de sentimentos negativos após o diagnóstico desta
infecção. Sentimentos estes que interferem nas relações conjugais e prejudicam o curso do
tratamento. Há vulnerabilidade para a contaminação por HPV e progressão para lesões préneoplásicas
na população estudada relacionada à presença de fatores de risco como: idade
precoce da primeira relação sexual, elevado número de parceiros, co-infecção por outras
patologias ginecológicas e principalmente, a ausência de barreiras físicas nas relações sexuais.
O tratamento de algumas portadoras se mostrou complexo, devido à resistência das lesões e
recidivas, associado principalmente a não avaliação dos parceiros e persistência de relações
sexuais durante o tratamento. A maioria das portadoras obteve conhecimento acerca do HPV,
inclusive sua relação com o câncer cervical, apenas durante o tratamento, denotando a
ausência de atividades de prevenção na comunidade. A realização do exame papanicolaou tem
sido realizado pelas mulheres em intervalos curtos e ainda se percebe a procura por esse
exame quando associado a outros sintomas, principalmente leucorréias. Conclusão: Espera-se
que este estudo sirva de subsídio para o planejamento de ações na área da saúde sexual,
evidenciando com este, a necessidade da atuação de enfermeiros como educadores e
orientadores na implementação de atividades educativas que possibilitem uma melhor
qualidade na saúde da mulher.
Descrição:
ARAÚJO, N. F. de.
Portadoras do HPV: um enfoque nas
concepções e vulnerabilidades. 2011. 78f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Enfermagem). Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2011.