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A temática que adere aos estudos sobre as mulheres pode ser considerada recente para História e só insurgiu no século XX. Até então, as vozes femininas eram abafadas e sobrepostas por uma História que privilegiava o herói, o homem branco e da elite. A corrente historiográfica dos Annales, as mudanças de eixos temáticos, alargamento das fontes, além da militância do movimento feminista, sobretudo a Nova História, fizeram com que a partir da década de 1970 o tema mulheres ganhasse mais evidência no cenário internacional, motivando dessa forma, a emergência de uma historiografia das mulheres aqui no Brasil, que colocou em diversos aspectos da história das mulheres, das mais distintas, o que ainda estava no silêncio. Este trabalho se debruça sobre a obra da historiadora Mary Del Priore, em particular, sua tese de doutoramento “Ao Sul do Corpo: Condição feminina, maternidades e mentalidades no Brasil Colônia” (1990), publicado em forma de livro ao ano 1993. A obra exposta constituiu-se como um dos trabalhos pioneiros sobre história das mulheres no Brasil, especialmente estudando a sociedade colonial, tema que pareceu impossível para alguns. Recepciona um ramo da historiografia francesa chamado História das Mentalidades, através do qual permitiu a sua escrita e os aspectos analisados por essa história. Após se tornar pública em forma de livro, permitiu o surgimento de novas produções. Desse modo, vislumbramos também a sua recepção no meio acadêmico com o objetivo de atestar a sua importância e contribuição para os estudos das mulheres no Brasil. |
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