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A desordem temporomandibular (DTM) é uma doença bastante prevalente que envolve o
sistema craniocervical e todas as estruturas associadas. Tem etiologia multifatorial, podendo
manifestar-se localmente ou até mesmo distalmente à articulação temporomandibular (ATM).
Este estudo teve como objetivo avaliar a biomecânica corporal em indivíduos portadores de
DTM. Trata-se de uma pesquisa de delineamento transversal com abordagem quantitativa,
desenvolvido entre junho/2014 à junho/2015, na clínica escola de Odontologia da
Universidade Estadual da Paraíba. A amostra constituiu 27 indivíduos, de ambos os sexos,
diagnosticados clinicamente com DTM através do Índice anamnésico de Fonseca et al., 1994.
Os indivíduos foram submetidos a exame físico, que consistia em investigar a análise da
mobilidade articular, avaliação dos músculos envolvidos diretamente com ATM, estudo do
equilíbrio estático postural através da baropodometria e estabilometria. Houve prevalência da
população feminina (74,07%), e a média da idade foi de 39,37±13,89 anos. Em relação às
médias das medidas goniométricas e lineares, houve tendência para a hipomobilidade. Apenas
40,74% apresentaram normalidade para o movimento global da ATM e 48,15% apresentaram
desvio. Na palpação muscular houve presença de espasmos e pontos gatilhos na maioria dos
músculos e em valores consideráveis. Na avaliação da mobilidade artrocinemática da ATM
foi visto que nenhum indivíduo apresentou mobilidade completa (grau IV) na pressão
posteroanterior direita (PPA dir.), em relação às outras pressões os números se mantiveram
nos graus II e III. Em se tratando de dor, de acordo com a restrição da ATM, foi visto que a
maioria apresentou dor no grau I de mobilidade articular, principalmente o grupo feminino. Já
no que diz respeito à mobilidade artrocinemática da coluna cervical foi observado que nas
mulheres o limite das mobilizações das vértebras em geral encontrou-se no grau II de
mobilidade e nos homens esses valores foram maiores no grau III, no entanto, nenhum deles
apresentou limite máximo, ou seja, limite IV. Na avaliação com a baropodometria foi visto
uma pressão média maior no pé direito e uma má distribuição da massa corporal com o antepé
e pé direito sendo os mais responsáveis em suportar essas cargas. Na estabilometria, em
relação à distância médio lateral e anteroposterior, as mulheres apresentaram maior
porcentagem em relação aos homens com exceção de alguns apoios, onde eles mostraram
maiores valores percentuais. As velocidades tanto anteroposterior como médio lateral ficaram
bem próximas comparando os dois sexos. Foi possível concluir, que a biomecânica parece
está comprometida em indivíduos portadores de DTM. |
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