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O barramento de um rio é uma intervenção tão intensa que o seu resultado é a criação de um
novo ecossistema, com estrutura, biota e funcionamento particulares. Todas estas
modificações afetam os organismos aquáticos, principalmente a ictiofauna, reestruturando a
composição da assembléia de peixes pré-existente. A atuação do setor elétrico busca mitigar
seus impactos ambientais através de repovoamentos, com o objetivo principal de melhorar o
rendimento pesqueiro. Mesmo que adequadamente definida sua concepção, o repovoamento
pode fracassar devido a falhas metodológicas. Assim, a escolha de locais inadequados para a
soltura dos peixes pode comprometer a eficácia da ação. Como as características do ambiente
aquático variam em sua extensão, o geoprocessamento pode ser extremamente útil na
avaliação e seleção de locais que apresentem as condições desejadas. Técnicas de
geoprocessamento foram aplicadas para selecionar áreas apropriadas ao repovoamento no
Reservatório de Moxotó. Planos de informação foram elaborados considerando as
características ambientais relativas à profundidade, aos usos e ocupações das margens e a
presença de bancos de macrófitas e cultivos em tanques-rede e, a partir de relações
topológicas, foram definidas classes de adequabilidade ao repovoamento. Do total de 8.324,7
ha da área de estudo, 2.895 ha foram distribuídos em diferentes classes de adequabilidade ao
repovoamento, desde áreas preferenciais (131,8 ha) àquelas a serem evitadas (2.034,1 ha). As
técnicas e ferramentas de geoprocessamento aplicadas mostraram-se eficientes na elaboração
e manuseio dos planos de informações necessários e em consonância com os descritores
estabelecidos. O mapeamento das áreas recomendadas ao repovoamento no Reservatório de
Moxotó servirá de base técnica para a realização desta atividade por entidades de pesquisa ou
outros órgãos que se utilizem desta prática no manejo da ictiofauna e dos recursos pesqueiros. |
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