Resumo:
Vaccinium macrocarpon, planta originária do hemisfério norte e popularmente
conhecida como cranberry apresenta na sua composição, vários fitoconstituintes, dentre
eles antocianidinas e proantocianidinas responsáveis por diversas atividades biológicas,
destacando-se a atividade antioxidante contra células microbianas. Assim, o objetivo
deste estudo foi determinar in vitro a atividade antimicrobiana e a interação de produtos
comercializados (suco concentrado e extrato seco) de cranberry e quinolonas, sobre
cepas de Escherichia coli. Foram testadas 4 cepas de Escherichia coli, sendo uma cepa
padrão American Type Culture Colletion – ATCC 25922 e 3 cepas multirresistentes,
cedidas por um laboratório da rede privada de Campina Grande – PB, e com perfil de
resistência antimicrobiana pré determinado através do antibiograma. Para a avaliação da
atividade antimicrobiana, discos estéreis foram embebidos com 20 µL da solução de
cada produto teste. Foram utilizados dois extratos secos (ES1 e ES2) e um suco
concentrado (SC), obtidos no comércio local. A partir dos ES solubilizados em álcool
etílico a 40% foram preparadas soluções de 800 mg/mL, enquanto o SC foi testado sem
diluição. Os testes de interação foram realizados com as quinolonas, ácido nalidixo,
ciprofloxacino, levofloxacino e norfloxacino. Observou-se que o ES2 e o SC
mostraram-se ativos, apresentando respectivamente, halos de inibição de crescimento
com diâmetros de 12 e 15 mm, para E. coli ATCC 25922, enquanto para as cepas
multirresistentes, apenas o ES2 se mostrou ativo para duas delas. Foram realizadas
diluições sucessivas e seriadas dos produtos ativos, determinando suas CIMs 12,5%
(SC) e 800 mg/mL (ES2). Através da adição das soluções de ES e SC sobre os discos de
antimicrobianos pode-se observar o efeito interativo comparando-se o diâmetro dos
halos de inibição das quinolonas isoladas e após associação com os produtos de
cranberry em diferentes concentrações pré definidas. Os resultados in vitro mostraram
que o uso associado de produtos de cranberry com quinolonas interfere sobre diâmetro
dos halos de inibição de crescimento bacteriano entre os antimicrobianos testados.
Entretanto, não foram capazes de modificar o efeito das quinolonas sobre o perfil de
resistência das cepas. Porém, estes resultados in vitro, permitem supor que in vivo estes
produtos possam ser capazes de interagir modificando o efeito destes fármacos. Os
testes foram realizados em duplicata e os resultados reportados são a média aritmética
dos dois ensaios.
Descrição:
OLIVEIRA, M. S. de. Atividade antimicrobiana e efeito interativo in vitro de produtos de Cranberry (Vaccinium macrocarpon) e quinolonas. 2015. 45f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Farmácia)- Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2015.