Resumo:
Os bancos de macroalgas compõem uma parte importante da paisagem subaquática em
ambientes recifais. Eles fornecem microhabitats para diferentes organismos marinhos,
dentre eles os moluscos. No presente trabalho, estudou-se a estrutura da comunidade de
moluscos associados a duas espécies de macroalgas em um ambiente recifal no litoral
da Paraíba. Verificou-se se a estrutura algal influencia a riqueza, diversidade e
abundância de moluscos associados e se essa comunidade sofre modificações ao longo
dos meses do período seco. Foram realizadas amostragens mensais durante a estação
seca, de novembro de 2014 a março de 2015. Foram coletadas 50 frondes algais (10
algas/mês) que foram acondicionadas em sacos plásticos com água do ambiente e
encaminhados ao laboratório para triagem e identificação dos moluscos encontrados. As
algas foram medidas, pesadas e fotografadas para análise de seus atributos
morfológicos, como altura, largura, grau de ramificação, número de ramos, largura do
talo, peso e complexidade estrutural. Foi observado que a algaBryothamniontriquetrum
apresentou maior complexidade estrutural, considerando-se os atributos morfológicos
mensurados e análise da complexidade do habitat. No entanto, em
Gracilariacervicornis foram observados valores aproximados, indicando que as duas
algas possuem complexidades estruturais semelhantes. Foram registrados 1.061
moluscos associados às macroalgas estudadas, pertencentes apenas à Classe
Gastropoda, distribuídos em 18 espécies, comunidade predominantemente compostapor
micromoluscos. Eulithidiumaffine e Bittiolumvarium foram as espécies mais abundantes
e que ocorreram em todos os meses de coleta. A abundância e riqueza de espécies
variaram de acordo com os meses estudados, apresentando maiores valores no auge do
verão. As frondes algais de G. cervicornis nos meses de dezembro, janeiro e março,
obtiveram maior complexidade estrutural e maior abundância de indivíduos, indicando
que a estrutura da alga, juntamente com o aumento do seu peso, o queinfluenciou a
estrutura da comunidade de moluscos. Medidas de conservação voltadas à manutenção
dos habitats recifais da Paraíba, em especial os recifes do Seixas, deverão incluir a
proteção dos bancos de macroalgas como estratégia de manter a biodiversidade de
moluscos e outros táxons que vivem no fital e cuja importância nas redes alimentares do
ecossistema ainda é pouco compreendida.
Descrição:
BARROS, G. de. Estrutura e composição da malacofauna associada à macroalgas em um ambiente recifalneotropical. 2015. 40f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Ciências Biológicas)- Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2015.