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A Organização Mundial de Saúde estimou que aproximadamente 360 milhões de pessoas em
todo o mundo são acometidas por deficiência auditiva (DA), tendo uma incidência de 1 em
cada 1.000 nascimentos. No Brasil, existem cerca de 2 milhões de pessoas afetadas por esta
condição e 650 mil estão distribuídos na região Nordeste. Neste trabalho, em um estudo
transversal de base populacional desenvolvido junto aos municípios de Brejo do Cruz e Brejo
dos Santos (PB), foi realizado o levantamento, comparativamente, das prevalências de pessoas
com DA por agentes comunitários de saúde (ACS) e pelos pesquisadores vinculados a este
projeto de pesquisa. Verificamos que os ACS identificaram 8 pessoas com surdez no
município de Brejo dos Santos em uma população de 3.819 habitantes designada pela área de
atuação dos ACS, o que corresponde a uma prevalência de 0,21%; enquanto os pesquisadores
identificaram 7 pessoas em 922 habitantes na área de atuação dos ACS, mas que representam
0,76% da população amostrada por eles. Já em Brejo do Cruz, os valores absolutos foram
cinco e seis pessoas com surdez, mas que representam uma estimativa de prevalência de 0,06 e
0,31%, respectivamente. A prevalência obtida pelos ACS foi bastante inferior ao valor
derivado do levantamento feito pelos pesquisadores, o que indica que o registro da deficiência
auditiva está sobrestimado. Além disso, em relação aos dados sociodemográficos colhidos
pelos ACS, verificou-se um bom grau de concordância quando comparado aos pesquisadores,
porém eles ainda apresentaram dificuldades em classificar a deficiência. Na amostra estudada,
a maioria era de mulheres, casadas com filhos, com perda auditiva bilateral devido ao
envelhecimento e sem diagnóstico feito por audiometria, o que explicaria o fato de apenas um
acometido ter aparelho auditivo. Os dados mostram que o instrumento de coleta de dados
sobre a etiologia das deficiências auditivas pode ser usado na Atenção Básica. |
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