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Pautados na afirmação de Kant de que as queixas sobre o mal são antigas, objetivamos
neste trabalho monográfico refletir aspectos desse tema que divide opiniões e pensamentos.
Por meio do estudo de A religião nos limites da simples razão, bem como dos seus
comentadores, vê-se uma abordagem do mal, sua possível origem e onde se encontra, se o
homem é ou não mau por natureza e se é possível um retorno ao bem, a partir da
moralidade. Já no início da Religião Kant diz que o mal existe e não se pode negá-lo, pois
os exemplos são gritantes no mundo, e que sobre ele há duas opiniões opostas já
divulgadas há muito. A pessimista, que diz que o mundo começa pelo bem e cai no mal, ou
seja, do paraíso à queda. E a otimista, que diz que o mundo segue em sentido contrário, do
mal para o bem. Partindo desta última, Kant, para empreender sua investigação sobre o
mal, apresenta a necessidade de levar em conta a natureza do homem em sua disposição,
como inclinação tanto para o bem quanto para o mal. Seguindo o desenvolvimento aparece
a exposição do mal como radical, produzido pela razão a partir de uma vontade livre do
homem em sua autonomia, tendo por base a sua liberdade, o que é a moralidade. O que
compatibiliza com as hipóteses por nós apresentadas de que o mal não é algo dado, fora do
homem e que ele em sua manifestação não é mal, mas o é, apenas, em sua essência,
existindo independente do bem não tendo por impulsor um objeto sensível. Em sequência
surge a disposição para o bem, que é originária, como possibilidade de um retorno ao bem. |
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