Resumo:
Introdução: A gravidez é um período caracterizado por mudanças físicas,
psicológicas e emocionais, que podem ter uma influência direta ou indireta na vivência
da sexualidade, não só da gestante, como também para o seu companheiro. Sendo
esta uma fase de transição verificam-se os mais diversos tipos de comportamento
sexual por parte do casal, que varia desde a abstinência ao aumento acentuado da
atividade sexual, que quando acontece de forma insatisfatória traduz-se em
desconforto, sofrimento e conflitos para a gestante e seu cônjuge. Ainda percebe-se um
déficit de compartilhamento de informações sobre os aspectos ligados a sexualidade e
a vida sexual destas gestantes, assim como das alterações vivenciadas pelas mesmas
no período gravídico durante as consultas de pré-natal. Este tema torna-se pertinente
devido à necessidade de novas práticas de abordagem da sexualidade no período
gestacional, a fim de esta fase na vida da mulher seja vivenciada da forma mais tênue
possível. Objetivos: Esta pesquisa objetivou-se identificar e avaliar as repercussões da
gravidez na sexualidade da mulher, bem como as principais dúvidas, medos que
preocupam as mesmas durante a gestação. Métodos: Trata-se de Um estudo tipo
transversal de caráter exploratório que priorizou aspectos qualitativos. O mesmo foi
realizado com 13 gestantes atendidas no pré-natal pelas duas equipes da UBSF José
Pinheiro I da cidade de Campina Grande – PB, no período de maio de 2011. Para tal,
utilizou-se como instrumento um roteiro de entrevista semi-estruturado, composto por
duas partes: a primeira com questões sócio-demográficas, a fim de caracterizar as
participantes; e a segunda, com questões subjetivas referentes às modificações e
acontecimentos relativos ao período gestacional, onde foram analisadas e devidamente
fundamentadas para validação desta. Resultados e discussão: As participantes
tinham a faixa etária entre 20 e 40 anos. Verificou-se quanto à situação conjugal que
77% possuíam companheiro, 54% possuíam o 1º grau incompleto e 46% encontravamse
no 3º trimestre de gestação. O número de filhos apresenta de certa forma, alguma
influência na vivência da sexualidade na gestação. A escolaridade foi um fator limitante
do entendimento das gestantes sobre a sexualidade (54%) não haviam terminado o 1º
grau, e foi observado que quanto menor o nível de escolaridade maior dúvidas
relacionadas ao tema. A sexualidade e o ato sexual são de grande relevância e
repercutem de forma direta para o bem estar e saúde das gestantes. Constatou-se
também que os principais fatores que impedem a atividade sexual plena no período
gravídico foram redução da auto-estima, as mudanças físicas que ocorrem no corpo e
dúvidas e incertezas relacionadas a mitos e tabus. Considerações finais: A influência
da gestação na sexualidade feminina é uma realidade na vida da mulher, sendo
necessário, portanto, uma orientação direcionada para esse aspecto da vida da mesma
durante a consulta pré-natal.
Descrição:
PEREIRA, P. M.
Sexualidade na gravidez: o que mudou? 2011. 66f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Enfermagem). Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2011.