Resumo:
A saúde do trabalhador constitui uma das peças chaves para manutenção de
políticas, programas e ações que visam preservar a saúde dos trabalhadores em
geral. A mesma vem ganhando, pouco a pouco, mais espaço, e com a criação da
Norma Regulamentadora NR 32, consolida sua presença no campo dos profissionais
de saúde. Entendendo que a relação entre o trabalho e o ambiente onde ele é
desenvolvido pode produzir prejuízos à saúde e considerando que os profissionais
de enfermagem desempenham suas atividades em um ambiente insalubre e repleto
de riscos ocupacionais, podemos afirmar que o desenvolvimento de estudos nesta
área é cada vez mais interessante e necessário. A pesquisa teve como objetivo geral
caracterizar e descrever o nível de conhecimento de profissionais de enfermagem
sobre os riscos ocupacionais aos quais estão sujeitos durante a realização das suas
atividades de rotina, assim como a aplicabilidade das práticas preventivas que lhes
proporcionam maior segurança no desenvolvimento das mesmas. Pesquisa
quantitativa, desenvolvida em um hospital público de Campina Grande – PB,
especializado em atendimentos de urgência e emergência, com 25 enfermeiros (as)
e 42 Técnicos (as) de enfermagem; 58,20% estão na faixa etária de 22 a 31 anos e
apenas 10,45% na faixa de 42 a 51 anos, predominância do sexo feminino (95%),
67% têm mais de 02 anos de atuação na área. Os riscos ocupacionais mais
referidos foram: biológico, citado por 97%, ergonômico 29,8% e o físico 26,9%;
38,80% sofreram acidentes de trabalho (AT), sendo que destes 84,61% por material
perfurocortante e 11,54% por material biológico; 32,84% referiram ser frequente a
ocorrência de acidentes. Dos que se acidentaram 42,30% comunicaram e apenas
23,07% recebeu atendimento, como teste rápido anti-HIV, Hepatites B e C. Em
contra partida apenas 3,84% sofreu lesão incapacitante. Os materiais e
equipamentos a que são atribuídos os maiores índices de acidentes pelos
profissionais de um modo geral foram, perfurocortantes (81%), fluídos e secreções
(9%), e materiais contaminados (5%). As medidas de proteção mais citadas foram:
uso de luvas e máscaras (60%), lavagem das mãos, uso de gorros/tocas e propés
(16%), uso de capote, avental e óculos (12%) e outras medidas específicas (12%).
Quanto à disponibilidade de EPI 89,55% dos profissionais afirmam que a instituição
fornece, no entanto 41,80% considera ser insuficiente; 56,72% citaram já ter
participado de eventos com o tema “saúde e segurança no trabalho”, 100%
confirmou que a temática deveria ser abordada com maior ênfase, 68,65% não está
satisfeita com a atuação das autoridades em saúde frente ao tema e 77,5%
disseram não haver CIPA na instituição. Conclui-se que a enfermagem deve buscar
incessantemente renovar sua base teórica, assim como sua prática, para que assim
possa se proteger cada vez mais e proteger aqueles que dependem dos seus
cuidados, incorporando conhecimentos valiosos e indispensáveis à prestação de um
bom serviço.
Descrição:
SOUSA, R. J. de.
A percepção de profissionais de enfermagem quanto
aos riscos ocupacionais que podem gerar
doenças/agravos ao seu estado de saúde. 2011. 70f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Enfermagem). Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2011.