Resumo:
A construção política da visibilidade do trabalho e dos direitos das mulheres vem sendo
revelados através de lutas engajadas nas práticas da agricultura familiar, mostrando
processos de reconhecimento e valorização coletiva que, geram mudanças no quadro de
desigualdades. O fortalecimento do diálogo entre associações, organizações e movimentos
sociais vem contribuindo para o desenvolvimento pessoal e coletivo de mulheres
camponesas. Desta forma, a proposta de fortalecimento de gênero tem propiciado uma
nova conjuntura socioespacial na agricultura familiar. Diante do exposto, o presente estudo
se propõe a evidenciar as experiências vividas por mulheres da comunidade do Sítio
Floriano localizado na Zona Rural do município de Lagoa Seca – PB, a fim de, relatar os
motivos pelos quais as mulheres participam das atividades apresentadas. O estudo foi
executado a partir de uma pesquisa com as agricultoras ecológicas do referido Sítio com
observações “in loco”, registro fotográfico e a realização de questionários e entrevistas,
bem como a leitura referendada na obra de diversos autores, condição indispensável para a
construção de toda base científica deste trabalho. As mulheres trabalham com práticas de
aproveitamento de terras, onde elas utilizam o espaço que fica aos “arredores de casa”.
Neste espaço existe a criação de aves, caprinos, suínos, bem como o cultivo de hortaliças,
frutíferas, leguminosas e plantas medicinais, que são cultivados na forma de canteiros
econômicos agroecológicos, constituindo-se como práticas baseadas na sustentabilidade
ecológica. Foi a partir do ano de 1992 que teve inicio o trabalho desenvolvido com as
agricultoras, mostrando processos satisfatórios de reconhecimento na condição das
mesmas, surgindo um grupo de mulheres com o objetivo de fortalecimento de gênero, na
busca relativa à identidade e valorização dos seus diversos papéis, à autonomia econômica
no âmbito das relações familiares, a equidade no acesso aos recursos produtivos e, a
redução da opressão patriarcal vivida por elas. A pesquisa constatou que as mulheres
sentiram–se mais valorizadas a partir da sistematização das práticas agrícolas, uma vez
que, as mesmas conseguiram conquistar um espaço no âmbito socioeconômico, obtendo
maior visibilidade do seu trabalho em termos de reconhecimento, fortalecimento e acesso a
autonomia econômica.
Descrição:
CASTRO, J. P. Atividades agroecológicas desenvolvidas pelas mulheres do Sítio Floriano em Lagoa Seca. 2011. 50f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Geografia) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2011.