Resumo:
O presente trabalho tem como objetivo analisar o processo de segregação socioespacial da comunidade do Mutirão, situada no Bairro do Serrotão, na cidade de Campina Grande, Paraíba. A história da comunidade tem início com a construção de um conjunto habitacional por dois órgãos do Governo do Estado, a FUNSAT (Fundação Social do Trabalho) e a FAC (Fundação de Apoio Comunitário), que abandonaram posteriormente a obra em virtude de motivações políticas. Diante dessa realidade, o conjunto foi ocupado pela população mesmo sem as condições básicas de moradia, a exemplo dos serviços de água, saneamento básico, transporte e energia elétrica. Nesse contexto, o Mutirão aparece como centro da pesquisa em face do seu processo de “esquecimento” por parte do poder público, que, enquanto agente produtor do espaço urbano, por vezes funciona como mantenedor dos processos de desigualdade advindos da atuação do capital. Dentro desta dinâmica, a questão central da pesquisa está em perceber como o processo de segregação socioespacial na comunidade do Mutirão faz gerar uma produção territorial. A partir dessa questão, a metodologia traçada foi delineada com a utilização do método baseado na Corrente Crítica do Pensamento Geográfico através do materialismo-histórico-dialético. Esta vertente, por sua vez, dialoga com a Corrente Humanista a partir do método fenomenológico numa tentativa de compreensão mais abrangente do objeto de estudo. No tocante aos procedimentos metodológicos, a pesquisa entrevistou moradores da comunidade e fez coleta de dados em órgãos institucionais como a Defesa Civil do município e a SEPLAN (Secretaria de Planejamento), além de observações in loco e utilização de imagens de satélite do aplicativo Google Earth para um melhor mapeamento e análise da área estudada. O norteamento deste trabalho seguiu a divisão de seções a partir de uma compreensão geral dos processos de segregação na cidade de Campina Grande, perpassando a construção do Mutirão e sua consolidação enquanto comunidade, além de expor a forma que esta se configura como um território e o modo como as territorialidades se manifestam neste espaço.
Descrição:
Freire, Z. B. Periferização e exclusão socioespacial: uma análise da comunidade do Mutirão na cidade de Campina Grande/PB. 2014. 63f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Geografia) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2014.