A gíria no discurso de sujeitos marginalizados: uma análise em perfis de redes sociais da internet

Abstract

Este trabalho tem o objetivo de analisar o discurso presente nas gírias oriundas de grupos marginais representados por perfis de redes sociais da internet e seus significados, que resultam em seu uso como estratégia de interação. Como objetivos específicos, pretendemos entender quais as questões culturais, sociais e históricas que levam à criação de gírias dentro de grupos marginais, utilizando, para isto, as categorias discursivas de memória, sujeito, ideologia; e identificar significados presentes nas gírias de grupos marginais e suas funções na interação social. A metodologia de nossa pesquisa é de natureza qualitativa, configurando a análise de cunho discursivo (COURTINE, 2008) levando em consideração o corpus de arquivo, em que este é composto de sequências discursivas, as gírias, e de imagens retiradas de páginas da rede social facebook. Para tal, houve uma busca a perfis públicos de redes sociais que representassem os grupos de sujeitos marginalizados e, obviamente, que publicassem gírias para a efetivação da pesquisa. Nosso trabalho é dividido em três capítulos: Discussões Metodológicas, sobre a, natureza da pesquisa, constituição do corpus discursivo, e trajeto de análise, Discussões Teóricas, em que, para tal, buscamos as noções teóricas de Pêcheux (1983), Orlandi (2007) e Fonseca-Silva & Possenti (2007), acerca das questões de Discurso, Ideologia e Memória; Charaudeau (2015), sobre a identidade; Valadares (2005), sobre o sujeito marginalizado e a periferia; Preti (1983, 1984 e 2006) e Cabello (1991) sobre a gíria; e Amante (2014) no que diz respeito às questões de redes sociais da internet, e Discussões Analíticas, em que analisamos as gírias e imagens de perfil e de capa em publicações de páginas públicas na rede social facebook, sendo elas a Brega Bregoso e a Eu me chamo ~KééHTLyN~, discutindo o teor de identidade cultural e linguística através destes mecanismos. A pesquisa resultou em diversos interdiscursos de cunho cultural e social que originaram a formação das gírias e, consequentemente, da identidade do grupo social dos sujeitos marginalizados.