Desempenho e análise térmica de um destilador solar para dessalinização de águas de diferentes salinidades

Abstract

A utilização da Ciência voltada para o desenvolvimento de tecnologias que atuem sobre os diversos fatores sociais, econômicos, políticos atrelados ao que é ambientalmente sustentável tem sido um grande alvo no meio acadêmico. São conhecidas as inúmeras dificuldades encontradas pela escassez total ou parcial de água ao redor do mundo, particularmente no Brasil, a região Nordeste é a que mais sofre deste mal. A dessalinização de água salgada ou salobra, levando a sua potabilização, é um recurso promissor e que vem como uma solução agregada a este grande problema. A destilação térmica é um processo que imita uma parte do ciclo hidrológico natural, onde é utilizada a energia solar, fonte de energia renovável, limpa e livre de custos. O presente trabalho realizou a aplicação do processo de dessalinização, via destilação solar com cobertura piramidal de vidro, com ênfase à dessalinização de dois tipos de água de alta salinidade, a amostra 1 foi retirada do mar da praia do Cabo Branco, na cidade de João Pessoa – PB, enquanto a amostra 2 pertencia à um poço semiartesiano, localizado no bairro do Catolé, na cidade de Campina Grande – PB. Para a amostra de água salina, o teor de Cloretos foi reduzido de 25.702 mg Cl-.L-1 para até 20,35 mg Cl-.L-1 e a Dureza total, conseguiu reduzir de 22.500 mg CaCO3.L-1 para até 19,33 mg CaCO3.L-1. Para a amostra de água salobra, o teor de Cloretos passou de 2177,33 mg Cl-.L-1 para até 9,23 mg Cl-.L-1 e a Dureza total foi de 691,66 mg CaCO3.L-1 para até 19 mg CaCO3.L-1, onde a Portaria de potabilidade estabelece os valores máximos permitidos para o teor de cloretos e dureza total de 250 mg Cl-.L-1 e 500 mg CaCO3.L-1, respectivamente. Além disso, os resultados mais significativos foram os de Sódio, onde trabalhamos com faixas de 26.000 mg Na.L-1 para água salina e 212 mg Na.L-1 para água salobra, onde devido à eficácia de dessalinização térmica conseguiu-se atingir valor máximo de redução de 3 mg Na.L-1 para água salina e 2 mg Na.L-1 para a água salobra, em que a norma preconiza o valor máximo permitido de 200 mg Na.L-1. Os protótipos conseguiram produzir até 3000 mL.m-².dia-1 de água destilada em padrões de potabilidade exigidos pela Portaria de Potabilidade 2914/11 do Ministério da Saúde.