Cinema e educação histórica: as representações dos jovens sobre a mulher no período da idade média e no iluminismo

Abstract

Nos dias atuais, vivenciamos discussões a respeito do papel e dos direitos das mulheres em nossa sociedade. Na contemporaneidade, os grupos feministas estão cada vez mais ativos e geram repercussões no nosso dia a dia, mas sabemos que as lutas das mulheres não surgiram a pouco tempo. As mulheres fizeram e fazem parte da história, muito embora tenham permanecido no anonimato durante muito tempo. Para compreendermos a história das mulheres em nossa sociedade, os filmes históricos se tornam uma ferramenta indispensável, na maneira em que representam as condições sócio-políticas e econômicas das mulheres. A fim de observar essa temática, este texto monográfico tem como objetivo geral relatar a experiência didática vivenciada junto aos alunos e alunas em 4 turmas do 7º D, 8º E e D, e do 9º D anos na Escola Estadual de Ensino Fundamental Nossa Senhora do Rosário na Cidade de Campina Grande - PB. Os filmes selecionados para a experiência didática foram “Joana D’Arc” (dir. Luc Besson, 1999), que focaliza a mulher no período medieval e “Adeus Minha Rainha” (dir. Benoît Jacquot, 2013), que representa as mulheres durante a Revolução Francesa. Os objetivos específicos são: analisar as representações sobre a mulher no período medieval e no período Iluminista; compreender como os alunos e alunas articulam as representações das mulheres nos filmes; analisar como os alunos e alunas identificam a representação feminina; e, conhecer como os alunos e alunas organizam sua consciência histórica em relação às mulheres de cada época apresentada nos filmes. A metodologia utilizada foi de caráter qualitativo, e o referencial teórico da pesquisa foi composto pelos conceitos de história como ciência e consciência histórica, em Rüsen (2001), Reis (2015) e Cerri (2011); o conceito de representação em, Chartier (1991); o cinema como testemunho da história, em Ferro (1992); o cinema como fonte histórica, em Morettin (2011); o cinema como representação histórica, em Rosenstone (2010); o filme como representação da realidade, em Lagny (2009) e Nóvoa (2008); o cinema em espaços escolares, em Duarte (2002); a história das mulheres, em Scott (1992) e em Soihat e Pedro (2007). No desenvolvimento das atividades, os alunos demonstraram representar as mulheres conforme a sua historicidade. Apesar de alguns alunos terem visões estereotipadas sobre as mulheres, os resultados mostraram que a grande maioria incorporavam novos conhecimentos em relações as mulheres representadas em cada contexto histórico abordado nos filmes.