Reeducação do imaginário: aplicação da remição por leitura de clássicos da literatura como oportunidade de (res)socialização do apenado

Abstract

Este trabalho é um estudo sobre a eficácia da leitura de clássicos da literatura como atividade educacional complementar no processo de remição da pena. Trata-se de uma tentativa de se reeducar o imaginário social dominado por um pensamento punitivo e repressivo no tocante a políticas voltadas para a criminalidade e violência. A prática da leitura em estabelecimentos penais merece maior difusão e aplicação no processo de remição da pena, uma vez que se apresenta de máxima plausibilidade para uma efetiva reeducação do preso e sua consequente inclusão social. Vive-se em um mundo com vistas à sustentabilidade, onde a paz, justiça, liberdade, dignidade, fraternidade se encontram em vias de seu mais elevado nível de efetivação. Não é mais possível se perpetuar uma política criminal que já demonstra há tempos sua ineficiência. É pela prática da leitura nos estabelecimentos penais, mais especificamente da leitura de clássicos da literatura universal e brasileira, que se pretende defender uma política pública humanizadora, em oposição às políticas meramente criminais que se costumam ainda aplicar em pleno século XXI. O mundo globalizante e sustentável não comporta mais essas práticas. Urge-se mudanças e isso é possível com a valorização da prática e estímulo da leitura de clássicos da literatura brasileira e universal pelos apenadosreeducandos, com vistas a sua transformação como pessoa humana. Dentre as leituras sugeridas, poder-se-ia ter incluído obras como Crime e Castigo, de Fiódor Dostoiévski, Moby Dick, de Herman Melville ou mesmo Othello, de William Shakespeare.