Nem tudo acaba nas cinzas de quarta: a mercadorização dos desfiles das escolas de samba sob a ótica dos fãs do carnaval carioca.

Abstract

As escolas de samba do Rio de Janeiro são instituições culturais que ganharam visibilidade nacional e internacional através do seu principal produto, o desfile. Devido a uma expressiva popularização, conseguiram construir uma base sólida de fãs engajados por todo o país. Por conseguinte, estes fãs vem acompanhando ao longo das gerações, as transformações em torno do evento, como a mercadorização da festa a partir da inserção de organizações que tiveram e tem por objetivo associar sua imagem ao carnaval carioca. Com isso, o tema surgiu a partir do interesse em entender como se dá o processo de comercialização da cultura, utilizando-se as escolas de samba como referência, sendo uma escolha que se justifica através da percepção de fã que o autor do artigo possui com as agremiações. Desse modo, este estudo caracteriza-se como uma pesquisa de campo quantitativa direcionada para o público consumidor de fãs, obtendo assim respostas que solucionaram o objetivo de analisar como os fãs do carnaval do Rio de Janeiro avaliam o processo de mercadorização dos desfiles das Escolas de Samba. Conforme os resultados analisados de maneira descritiva, foi entendido que a comercialização destes produtos não obtiveram uma boa avaliação pela maioria dos respondentes, mostrando que os enredos patrocinados não geram o mesmo impacto de desfiles cuja escolha não tem relação com qualquer empresa privada. Assim, entendeu-se que os desfiles e enredos aurorais de União da Ilha 2011 e Mangueira 2017 são superiores aos patrocinados de Vila Isabel 2011 e Beija-Flor 2013. Por fim, conclui-se que apesar dos resultados indicarem uma tendência negativa a esse processo, a cultura das escolas de samba ancorada por seus fãs, possui através da resistência uma grande importância social, comercial e política.