Vozes silenciadas, histórias invisibilizadas: desafios e possibilidades do ensino de história e cultura afro-brasileira e indígena na educação básica

Abstract

Neste trabalho, investigamos como a educação étnico-racial é implementada na Escola Municipal de Ensino Fundamental, localizada em Alagoinha-PB, com ênfase nas estratégias pedagógicas voltadas para o enfrentamento do racismo e na promoção de uma educação antirracista. A escolha desse tema decorre da urgência em compreender como a escola assegura o respeito à pluralidade cultural. Temos por objetivo, analisar as práticas educacionais no contexto da educação étnico-racial, com foco nas abordagens adotadas pelos professores e nas estratégias utilizadas para a promoção da educação inclusiva e antirracista. A metodologia seguiu alguns preceitos pontuados por Marconi e Lakatos (2017); Gil (2008); Fontana e Rosa (2021), em uma abordagem qualitativa com base na pesquisa bibliográfica, análise documental e no emprego de questionários semiestruturados, aplicados a 12 professores e 156 estudantes, com isso colhemos informações sobre como ocorre o ensino de história e cultura afro-brasileira e indígena. Nesse ínterim, dialogamos com autores/as como: Peixoto e Santos (2020), Santos e Barroso (2023), Silva (2017), Almeida (2019), Bersani (2017), Freire (2022), Araújo e Silva Junior (2022), Alves (2023), Cruz (2022), entre outros/as que abordam questões relacionadas a essa perspectiva de educação. Além disso, recorremos aos seguintes documentos: PPP da escola, a LDB, as Leis 10.639/2003 e 11.645/2008. Os resultados indicam que, embora as escolas tenham avançado, ainda persistem desafios significativos, a exemplo da formação continuada que se apresenta como uma necessidade recorrente, uma vez que os/as professores/as reconhecem a relevância das legislações no enfrentamento do racismo e preconceito, mas relatam dificuldades na aplicação efetiva dos conteúdos previstos pelas leis em suas práticas pedagógicas diárias. Todavia, a falta de preparo adequado dos/as professores/as contribui para a permanência de abordagens superficiais, perpetuando, em alguns casos, estereótipos raciais entre os/as estudantes. O estudo ressalta a importância de estratégias pedagógicas que valorizem a diversidade cultural e promovam o fortalecimento das identidades. Além disso, os/as estudantes demonstram reconhecer a importância da abordagem desses conteúdos, embora percebam que o tratamento dado aos mesmos é ainda insuficiente no ambiente escolar. Concluímos que a educação étnico-racial encontra-se em processo de construção, embora existam avanços notáveis, os desafios persistem, especialmente no que diz respeito à formação docente e à criação de materiais didáticos adequados. Constatou-se a necessidade de compromisso contínuo dos/as docentes com a educação antirracista, a diversidade cultural para a promoção e fortalecimento das identidades dos/as estudantes.