A mulher na cantoria de viola: denúncia, força e representatividade

Abstract

O presente trabalho tem como objetivo analisar três repentes de autoria feminina: Os direitos da mulher da autora Mocinha de Passira, A mulher na sociedade das poetisas Minervina Ferreira e Maria da Soledade e Quem disser que a mulher não canta nada/não conhece de nada do repente de Fabiane Ribeiro e Rafaela Dantas a fim de refletir sobre a representatividade da mulher no repente e na criação poética das autoras. Os pressupostos teóricos que nos serviram de base foram os estudos em torno da questão de gênero de Scott (1995) e Perrot (2005). As considerações teóricas sobre cultura popular, memória, repente e oralidade na esteira de Silva (2009), Le Goff (1990), Medeiros (2015), Queiroz (2014), Melo (2004), Lamaire (2014), Sautchuk (2009), Monteiro (2004), Ramalho (2001), Zumthor (1985), Bosi (1992) e Sousa (2003). Após a análise dos repentes, foi possível compreender que as autoras, a partir de suas produções, reivindicam a valorização da poesia repentista a partir da autoria feminina, assim como exploram a representatividade da mulher na sociedade enquanto sujeito de direitos.