Resumo:
Neste artigo, propomos analisar as várias vozes, como também os valores socialmente
cristalizados denunciados no discurso das canções de Chico Buarque intituladas "Geni e
o Zepelim" e "Minha História". Selecionamos essas canções por serem de um grande
compositor brasileiro e apresentarem forte ação teológica, com ênfase no poder e
hipocrisia da sociedade. Para a análise, optamos pelo aporte teórico da Análise do
Discurso de Linha Francesa (AD), cujos principais autores são Pêcheux (1997), Orlandi
(1999), Brandão (2004), Fiorin (2000), entre outros. Um outro autor que nos baseamos
foi Mikhail Bakhtin (2008), do qual mobilizamos o conceito de Polifonia, caracterizada
como as várias vozes de diversos pontos de vista, vindo de diferentes classes sociais,
etnias e culturas, o de Dialogismo, em que o discurso se constrói entre pelo menos dois
interlocutores com duas ou mais visões sobre o enunciado e sob a visão da AD,
trouxemos para nossa pesquisa o Interdicurso, que aborda a incorporação de elementos
preexistentes para se construir o enunciado. Esses elementos caracterizaram a análise
desse trabalho. Com essa análise, conseguimos realizar uma leitura sobre a importância
histórica da canção enquanto prática discursiva no período ditatorial e como
denunciadora de um poder que legitima a dominação masculina em nossa sociedade em
que a figura feminina é passiva, e seu objetivo é dar prazer ao sexo masculino.
Verificamos, também, o predomínio da fé cristã, pois o discurso das canções recorre a
passagens bíblicas. Nesse sentido, acreditamos ser possível, por meio da arte, da música
e da compreensão leitora expor parte da consciência coletiva de uma sociedade e a
compreensão de sujeito, poder e religião.
Descrição:
CARDOSO, S. P. Entrelaçando polifonia, dialogismo e interdiscurso nas canções de Chico Buarque. 2016. 29f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Letras)- Universidade Estadual da Paraíba, Guarabira, 2016.