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O presente trabalho tem por objeto de análise a relação entre valores culturais e formação em Serviço Social. Norteou-se pelos seguintes objetivos: analisar de que forma valores culturais, fomentados pelo atual contexto de crise da sociedade capitalista, inflexionam a formação em Serviço Social; refletir sobre as transformações societárias contemporâneas e os rebatimentos dos seus valores culturais sobre esta formação e identificar as tendências teórico-culturais que se expressam no Serviço Social na atualidade. A perspectiva histórico-crítica é aqui adotada na tentativa de alcançar os objetivos propostos. Trata-se de pesquisa qualitativa, de natureza exploratória, cuja metodologia envolveu uma revisão bibliográfica em torno da produção teórico-crítica do Serviço Social, na busca de elementos próprios do desenvolvimento da profissão e de suas vinculações com a disseminação de valores culturais datados historicamente. Foi possível apreender a partir do estudo, que, embora o projeto profissional do Serviço Social aponte para uma formação orientada por valores progressistas e articulados aos interesses de classe dos trabalhadores, a crise estrutural do capital, em desenvolvimento desde os anos 1970, segue na contramão desta orientação valorativa e carrega consigo a reedição de valores próprios da ética liberal-burguesa, contrapostos aos que alimentam o projeto de ruptura do Serviço Social brasileiro com o tradicionalismo e o conservadorismo. A profissão se encontra, então, tensionada pela presença de tendências teórico-culturais divergentes: uma de raiz crítico-progressista e democrática e outra de origem conservadora, atrelada à ética liberal-burguesa. A tensão coloca a atualidade da intenção de ruptura, enquanto permanente processo a ser perseguido pelo segmento profissional comprometido com a luta contra a exploração do capital sobre o trabalho. |
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