Resumo:
Este trabalho tem por finalidade primordial analisar o discurso da alegoria na peça as Bruxa
de Salém (1953), do dramaturgo americano Arthur Miller, através das teorias de Kothe
(1986), Grawunder (2009), Hansen (2006) e outros. A alegoria, em suma, pode ser definida
como uma figura de linguagem que explicita um discurso ―acerca de uma coisa para se fazer
compreender outra‖ (MOISÉS, 2013, p. 14). Ademais, de acordo com Kothe, (1986) a
alegoria pode variar entre dois pontos: apresentar sinais que revelem e explicite o pensamento
intencionado ou apresentar-se mais fechada e obscura dificultando assim o acesso a essência
fundamental. Nesse contexto, identificamos duas possíveis leituras da alegoria na peça
supracitada. No primeiro momento, discutimos que a obra representa em seu discurso literário
uma história de condenação de bruxaria de várias moças que foram acusadas de práticas de
magia na comunidade puritana de Salém, em 1692. Numa segunda leitura, porém, a peça
também pode fazer uma referência às pessoas que foram acusadas de comunistas; tal denúncia
se fez presente, principalmente no meio artístico, durante a política McCarthty, que perdurou
nos Estados Unidos da América entre 1950-1957. Por fim, nos baseamos na segunda leitura
da obra de Miller, para fazer um estudo comparativo entre alguns personagens da peça e sua
correlação com alguns políticos da era McCarthy, apontando assim algumas semelhanças
entre os mesmos tanto no século XVII como no século XX.
Descrição:
SILVA, R. J. da. Feiticeiras ou comunistas: um estudo sobre a alegoria na peça As bruxas de Salém, de Arthur Miller. 2016. 45f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Letras)- Universidade Estadual da Paraíba, Guarabira, 2016.