Resumo:
O presente trabalho monográfico tem por objetivo desvelar como o ensino agrícola
influenciou na construção de identidades de gênero das ex-alunas da Escola
Agrícola Assis Chateaubriand, EAAC, de Lagoa Seca – PB, nos anos de 1967 –
1975, configuração histórica em que se dá a presença feminina nos cursos: Ginasial
Agrícola, Economia Doméstica Rural e Técnico em Agropecuária. Como
procedimento metodológico utilizamos a História Oral e a pesquisa documental
percebendo por meio das normatividades do currículo a reprodução das diretrizes
nacionais para o ensino técnico que possibilitavam as mulheres a qualificação
técnica profissional em atividades historicamente masculinizadas. E, através das
memórias de três ex-alunas da EAAC conhecemos como o cotidiano escolar desta
instituição de ensino era constituído por práticas sexistas e outras que burlavam as
desigualdades de gênero. Os relatos orais colhidos dialogam em conjunto com a
análise dos documentos escolares (Diários de classe, Ata de Fundação, Regimento
Interno, Estatutos, Portarias, Fichas de Matriculas, Históricos escolares) dentre
outros documentos. Estas documentações e entrevistas ao serem sistematizadas
numa pesquisa qualitativa dialogaram com as contribuições teóricas de autores
como, HALL (2011), BAUMAN (2005), LOURO (2014), HALBWACHS (2003), RAGO
(1997), PERROT (2005), JULIA (2001), SARTI (2004), CAMPOS (2013), CERTEAU
(2002), GHIRALDELLI JR. (2009), SILVA (2011), GUATTARI & ROLNIK (1996) e
outros autores visando encontrar respostas significativas aos nossos objetivos
específicos. Os principais conceitos teóricos utilizados para dar corpo à pesquisa
foram o de Identidade definido por Stuar Hall (2011) e Zygmunt Bauman (2005), o de
Gênero por Joan Scott (1995) e Guacira Louro (2014), Subjetividade com Félix
Guattari e Suely Rolnik (1996), Currículo com Tomás da Silva (2011) e Memória
Coletiva por Maurice Halbawachs (2003). Enfim, a presente monografia se revela
como uma pesquisa de grande valor acadêmico, tendo em vista que trata-se de um
estudo inédito acerca do sexismo presente no ensino agrícola e de suas influencias
na constituição das identidades plurais de gênero.
Descrição:
SILVA, L. P. de A. Não nasci para ser Amélia: o ensino da Escola Agrícola Assis Chateaubriand entre a enxada e o fogão(1967-1975). 2016. 71f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em História) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2016.