Resumo:
As atividades experimentais exercem no Ensino de Química um papel importante, pois além de abordarem os conteúdos propostos de forma prática oferecem aos estudantes a oportunidade de aproximar o conteúdo científico do seu contexto social. No entanto, observa-se que as atividades experimentais apresentadas em alguns livros didáticos não correspondem às propostas sugeridas nos documentos curriculares oficiais, que por sua vez, enfatizam a necessidade de trabalhar as atividades práticas numa perspectiva problematizadora e investigativa, rompendo com a concepção empirista-indutivista. Neste sentido, entende-se que as atividades experimentais no contexto da educação básica, tem um papel pedagógico que visa contribuir para que os estudantes observem os fenômenos apresentados e construam explicações científicas, a partir do desenvolvimento da capacidade reflexiva e da formulação de ideias, já que as propostas curriculares da atualidade estão direcionadas a formação de cidadãos críticos que expressem suas opiniões frente à sociedade em que estão inseridos, de maneira que contribuam positivamente para o seu desenvolvimento. Dessa forma, é comum encontrarmos nos livros didáticos de Química, atividades experimentais numa perspectiva empirista-indutivista, que apenas serve para comprovar por meio de fotos, ilustrações e roteiros experimentais como uma ‘receita de bolo’, as teorias científicas expressas nos livros didáticos de forma pronta e acabada. Neste contexto, esta pesquisa buscou analisar como as atividades experimentais estão apresentadas nos capítulos referentes ao conteúdo de funções inorgânicas, nos cinco livros didáticos de Química aprovados no PNLD 2012. Trata-se de uma pesquisa de natureza quali-quantitativa, onde a análise foi dividida em três etapas, a primeira seguindo as ideias dos trabalhos de Nunes e Ferreira (2010) que abordou a maneira de como as atividades experimentais estão apresentadas, no que se refere à presença de fotos, ilustrações, roteiros experimentais e outros. A segunda teve como base a proposta de Silva et al. (2012) que buscou identificar nos livros analisados a presença das concepções empirista-indutivista, sociocultural e construtivista e a terceira foi apoiada no trabalho de Santos (2006), que consistiu na análise de alguns critérios em relação as metodologias empregadas na realização das atividades, a presença de materiais utilizados e advertências em relação aos cuidados que devem ser tomados durante a execução das atividades experimentais e orientações sobre o uso de reagentes e seu descarte. Os dados foram expressos em tabelas, onde foram extraídas as imagens e roteiros dos livros, buscando em seguida analisa-las, articulando as discussões com os referenciais teóricos referentes ao objeto de estudo. Nesta perspectiva, os resultados obtidos evidenciam que nenhum dos livros analisados contempla em sua totalidade os requisitos propostos e que apenas dois livros analisados se aproximam da proposta sugerida nos documentos oficiais e as pesquisas em ensino de Química no que se refere ao desenvolvimento adequado do uso de atividades experimentais no contexto da educação básica.
Descrição:
SILVA, M. da P. A. N. Análise das atividades experimentais nos livros didáticos de Química do PNLD 2012 para o conteúdo de funções inorgânicas. 2016. 80f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Química)- Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2016.