Inclusão e acessibilidade nos cursos de Química: Alcances e limites

Abstract

Relativo a Educação Inclusiva no Brasil, as políticas educacionais são bastante esclarecedoras quanto aos direitos das pessoas com necessidades especiais ao pleno acesso e interação social em todas as esferas dos sistemas educacionais. É observado que este processo de inclusão dentro do sistema nas Instituições de Ensino Superior é exercido com grandes barreiras, em que as condições de infraestrutura, serviços e materiais são insuficientes, ao tempo em que há despreparo por parte dos docentes no tratamento destas pessoas para favorecer a inclusão de forma efetiva. Percebe-se que dentro dos cursos de ciências naturais, especificamente no curso de Química, esta interação é ainda mais atenuante, considerando que esta é uma área com elementos fortemente visuais, desfavorecendo as metodologias referente a inclusão de pessoas que tenham deficiência visual em particular. A motivação nesta pesquisa está relacionada à falta de laboratórios e de adaptações existentes à inclusão e acessibilidade, além da demanda de elaboração de materiais didáticos adequado para o ensino de Química efetivo a estes estudantes, implicando na ausência de práticas docentes, além dos currículos, que em sua maioria são deficitários, comprometendo o desenvolvimento de competências na área da educação inclusiva, comprometendo dessa forma no preparo de métodos e materiais que visem a adaptação de modelos, símbolos, gráficos, fórmulas e equações que caracterizam as expressões da ciência Química em suas atribuições. Frente a tais barreiras atitudinais e estruturais neste âmbito, foi realizada uma investigação em uma Instituição de Ensino Superior do Estado da Paraíba, considerando as condições de inclusão e acessibilidade nos cursos de Química, frente as diretrizes estabelecidas nas legislações brasileira quanto aos fatores de acessibilidade da infraestrutura do Centro Acadêmico destes cursos na inserção de pessoas com deficiência física e visual; da existência de componentes curriculares, materiais didáticos e políticas que contemplem o desenvolvimento profissional das competências exigidas para favorecer a inclusão, bem como as diretrizes dos cursos que favorecem a permanência destes estudantes nos cursos de Química. Esta pesquisa está delineada pelas atribuições de caráter qualitativo. Os resultados revelaram pouca acessibilidade na estrutura física do Centro dos cursos pesquisados, em que apenas um dos pavilhões de aula apresentam salas de aula, possuem rampas de acesso; os laboratórios não têm apresentam completa capacidade para receber estes estudantes, bem como as coordenações dos cursos de Química pesquisados não são acessíveis. Frente ao currículo, apenas o curso de licenciatura em Química apresenta um componente curricular que aborda metodologias de inclusão, tornando-se insuficiente para a formação de professores. Ainda foi diagnosticado a existência de programas da Instituição e de um Núcleo responsável pelo atendimento de estudantes com deficiência, em que há apoio através de tutoria, porém, não há materiais didáticos de Química que atendam a demanda, fato este, decisivo na desistência destes estudantes dos cursos da graduação em Química. Destaca-se a obrigação dos correspondentes cursos de Química a modificar suas metodologias a fim de permitir, além da formação de professores, a inclusão de pessoas com deficiência dentro das instalações prediais a partir da existência de recursos inclusivos e de vias acessíveis primordiais a permanência da comunidade acadêmica.