Uma proposta de ensino histórico-problematizadora: O eletróforo de volta e os estudos de eletrostática

Abstract

Segundo pesquisas da área de ensino de ciências, a utilização de uma abordagem histórica no ensino de ciências permitiria a formação de um aluno crítico por aproximar as ciências humanas das ciências naturais. No entanto, para que esta abordagem atinja este objetivo, é preciso que seja também interativa, permitindo o desenvolvimento de competências argumentativas e estimulando os alunos a questionarem o porque do conhecimento apresentado. Neste sentido, existe uma lacuna por materiais e propostas de ensino que destaquem a problematização a partir da história da ciência, tornando-a apenas mais um conteúdo a ser transmitido em sala de aula. O presente trabalho tem por objetivo apresentar um relato de experiência, em que é trabalhada uma proposta de ensino do conteúdo eletrostática a partir da abordagem histórica, utilizando-se do laboratório problematizador, em uma turma de terceiro ano do ensino médio. Foram planejados cinco encontros de 90 minutos para ser aplicada esta proposta. Inicialmente, o tema “eletricidade” foi problematizado em sala de aula com apresentação de instrumentos, a fim de se conhecer os conhecimentos prévios dos alunos, para que os mesmos pudessem construir um eletróforo sem auxílio de roteiro. Posteriormente foi apresentado o desenvolvimento dos estudos sobre a Eletricidade Estática durante os séculos XVII e XVIII, focando nas teorias de eletricidade vítrea e resinosa, de Charles Du Fay (1698-1736), e fluido elétrico e atmosferas elétricas de Benjamim Franklin (1706-1790). Incluindo, também, nesse contexto, um instrumento da época, construído por Alessandro Volta (1745-1827): o eletróforo. Após ter-se o conhecimento da história da eletrostática, os alunos retomaram novamente a construção do instrumento proposto anteriormente. Em outro momento, foram apresentadas as teorias atuais conhecidas da eletrostática, e por fim realizado uma avaliação com a turma. Concluindo, esta proposta a qual será relatada com mais detalhes, é de grande relevância para, não só fugir do tradicional, mas também para formar alunos críticos e não apenas reprodutores do conhecimento.