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O presente artigo tem por objetivo analisar como a compreensão das diferenças de gênero e as conexões com os marcadores de raça e sexualidade repercutem sobre a naturalização da violência contra a mulher, avaliando a efetividade das políticas públicas voltadas para as mulheres e o real posicionamento da Política da Assistência Social nesse contexto. Para tal, fez-se uso do ensaio teórico como metodologia de escrita e para subsidiar as aproximações teóricas. A partir de um resgate dos conceitos social e historicamente construídos acerca dos papeis sociais que cada sujeito ocupa na hierarquia social, foi possível identificar que, ao longo da história da humanidade, os marcadores de raça e gênero sempre permearam a forma como são conduzidas as relações de poder. Baseada nesses pressupostos a medicina do século XVIII formula os conceitos de raça e gênero permeados por um padrão de normalidade europeu, que polariza, de um lado, os homens brancos como raça superior e do outro, mulheres e negrxs como seres abjetos à sociedade. Esse padrão binário e normalizador preponderou nas sociedades disciplinares, vigiando e conduzindo os corpos dos indivíduos, a forma como se relacionam e conduzem suas vidas desde o processo de fertilização até as taxas de mortalidade, passando pelas práticas cotidianas de educação, saúde, higiene, etc. Através de uma aproximação com a biopolítica e os dispositivos disciplinares, foi possível avaliar a Política de Assistência Social como institucionalização desses mecanismos, contribuindo com a vigilância e controle da massa social. |
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