Resumo:
Florações de cianobactérias são frequentes em reservatórios tropicais, causando inúmeros problemas a estes ecossistemas aquáticos, devido a sua capacidade de sintetizar e liberar metabólicos secundários tóxicos conhecidos como cianotoxinas. O presente estudo analisou os fatores ambientais que explicam a variação temporal da biomassa das cianobactérias e das concentrações das cianotoxinas em reservatórios no trópico-semiárido. O estudo foi realizado nos reservatórios Boqueirão, Camalaú, Poções e Mucutú, situados na Bacia do Rio Paraíba, no Estado da Paraíba, Brasil. As amostras foram coletadas na subsuperfície, com frequência trimestral nos meses de outubro de 2016, fevereiro e junho de 2017. Neste estudo foram identificadas 28 espécies de cianobactérias, das quais 16 são potencialmente produtoras das cianotoxinas microcistinas, cilindrospermopsina e saxitoxina. As concentrações das cianotoxinas variaram em função de pelo menos uma espécie potencialmente produtora de toxinas, evidenciando que a abundância das cianobactérias esteve relacionada com as concentrações das cianotoxinas. As espécies potencialmente produtoras relacionadas com as concentrações de cianotoxinas são comumente formadoras de florações em ecossistemas aquáticos tropicais, exceto a espécie Geitlerinema amphibium. Foi verificado que as variáveis ambientais PT, pH e nutrientes nitrogenados explicaram a abundância das cianobactérias, tais variáveis também se mostraram relacionadas com as concentrações da cianotoxinas, desta forma o controle do aporte de nutrientes é uma importante ferramenta para regulação de florações de cianobactérias e concentrações de cianotoxinas em reservatórios tropicais.
Descrição:
SILVA, R. D. dos S. Variação espaço-temporal de cianobactérias e cianotoxinas em reservatórios no trópico-semiárido. 2017. 37f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Ciências Biológicas)- Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2017.