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O presente estudo constitui-se no Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Serviço Social,
construído a partir da nossa experiência de estágio, realizado na Estratégia Saúde da Família
(ESF) no bairro Monte Castelo, em Campina Grande-PB. Elegemos como plano de
investigação a implementação da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem
(PNAISH) a partir da percepção de profissionais de saúde da família e os usuários homens -
os quais constituíram-se os sujeitos da pesquisa-, na unidade de saúde referida. A pesquisa foi
realizada no período de setembro a dezembro de 2010, tendo como objetivos norteadores:
traçar o perfil sócio-econômico dos sujeitos que fizeram parte do processo investigativo;
percepção dos usuários homens e profissionais de saúde acerca do conceito de homem, pois
isto contribuiu para a reflexão acerca do cuidado com a saúde e suas possíveis consequências;
compreender as atitudes e o cuidado com a saúde do homem à luz das discussões de gênero;
discutir como a Política de Saúde do Homem vem sendo implementada na Estratégia de
Saúde da Família; identificar as dificuldades e os desafios para o acesso e a adesão dos
homens aos serviços de saúde. A abordagem metodológica utilizada nesse estudo
compreendeu a observação sistemática das atividades realizadas no campo de estágio,
levantamento documental, entrevista semi- estruturada (gravada) e o registro em diário de
campo. A pesquisa configurou-se como sendo do tipo descritivo- analítica, tendo como base
o enfoque quanti-qualitativo e, para análise dos dados coletados, foi utilizada a técnica de
análise de conteúdo. Quanto ao método de análise, este partiu de uma perspectiva crítico
dialética, objetivando compreender o objeto de estudo de uma forma mais ampla. Esta
pesquisa foi realizada em um território de saúde predominantemente constituído por
populações de classe baixa. Os resultados da pesquisa apontaram para um parco
conhecimento da Política de Saúde do Homem, sobretudo por parte dos usuários homens,
concomitantemente a uma ínfima efetivação dos princípios, diretrizes e ações previstas pela
referida política, o que implica em parca resolutividade e desvinculamento da mesma com as
necessidades da população masculina. Os dados analisados evidenciaram diversas barreiras de
acesso dessa população aos serviços de saúde na rede de Atenção Básica, desde aspectos
institucionais como culturais, revelando como as representações e atitudes em relação ao
cuidado com a saúde e à procura por serviços de saúde estão perpassadas por atribuições de
gênero. Tais atribuições, ao alocarem os homens num padrão hegemônico de ser forte e
invulnerabilidade levam esses a um parco cuidado com sua própria saúde, como com os
demais que estão a sua volta, pois se este apresenta algum interesse por cuidado é visto como
sinal de fraqueza. Mas a pesquisa também aponta que essas atribuições podem ser contestadas
ou mesmo modificadas. Contudo, verificamos que apesar do avanço da estruturação da
Política Nacional de Atenção Integral a Saúde do Homem, ainda falta muito para que a
mesma seja efetivada de fato. |
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